PJ lança caça ao homem

O engenheiro luta pela vida no Hospital de Santa Maria – e a Secção de Homicídios da PJ espera por informações de quem tenha visto o atirador, de 20 a 30 anos, através do número do piquete: 218 641 000.

Este homem pode também ter sido visto na zona antes das 20h00. Quanto ao móbil do crime, não restam dúvidas à família de que só pode ter sido um assalto falhado – nada terá sido levado. Segundo diz ao CM a mulher da vítima, Maria Filomena Corte-Real, "ele não tinha problemas com ninguém".

"Ainda me custa muito falar disto, não sabemos como e porque é que aconteceu." De voz embargada, a mulher do engenheiro na LBC Tranquipor, no Barreiro, ainda não percebe o que levou um ladrão a atingir o marido – duas das balas não acertaram – para lhe roubar o carro à porta de casa, quando chegava das compras. Filomena esperava pelo marido em casa e foi alertada por uma vizinha, que é uma das duas testemunhas do crime.

"Ele está muito mal. Continua sem falar", diz a mulher, lavada em lágrimas. Já foi submetido a duas intervenções cirúrgicas, mas o seu estado inspira cuidados – ainda estão a ser retirados fragmentos da bala, alojada no lobo parietal.

Segundo os vizinhos, Marius tinha acabado de estacionar o Mercedes C220 e preparava-se para tirar as compras da bagageira quando foi abordado pelo ladrão. A vítima acabou por ser atingida com um tiro certeiro na cabeça.

TEM VELEIRO E É PRESIDENTE DE EMPRESA

Marius Pereira, de 61 anos, é presidente do conselho de gerência da LBC Tranquipor, no Barreiro, uma empresa de armazenagem e distribuição de líquidos na zona industrial. O engenheiro é casado com Maria Filomena Corte-Real, de 56 anos, educadora de infância em Lisboa. O casal tem dois filhos adultos. Marius Pereira faz ainda parte da Escola Náutica Infante Dom Henrique. Tem um veleiro e costuma entrar em competições. É ainda presidente da mesa da assembleia geral da Federação Portuguesa de Vela.

Segundo os vizinhos disseram ontem ao CM, Marius Pereira e a mulher são um casal "muito discreto". Xavier Fernandes, gerente de um café na rua César Oliveira, onde o engenheiro toma café, diz que os moradores "estão muito assustados" com o crime.