Português mata e cimenta turco
Tribunal de Hamburgo diz que Alfredo disparou em defesa.
Durante anos, Alfredo, de 52 anos, terá sido ameaçado pelo turco Ercan Cincin. Este exigia-lhe o pagamento de mil euros por mês para ‘proteção’ à Casa Alfredo, o restaurante italiano que o emigrante explorava em Hamburgo, Alemanha. Em setembro do ano passado, numa luta, Alfredo matou o turco com um tiro na cabeça e enterrou o corpo no chão do estabelecimento, cimentando-o. Foi agora absolvido pelo tribunal, que deu razão à tese de legítima defesa.
Alfredo descreveu meses de terror. Os juízes deram como provado que só desde 2014 foi forçado a entregar 25 mil euros ao turco, para proteção - um esquema mafioso que as autoridades conseguiram identificar em Hamburgo a partir deste caso. Cincin, de 49 anos, terá chegado a ameaçar as filhas e mulher do emigrante luso.
A 30 de setembro de 2015, Alfredo e o turco discutiram. Cincin levava consigo uma pistola e, de forma ameaçadora, pousou-a na mesa. Na luta que se seguiu, a arma caiu ao chão e foi agarrada pelo português. O disparo à cabeça foi imediato. "Com medo", concluiu o tribunal, Alfredo arrastou o corpo para uma despensa e nas horas seguintes enterrou-o no chão do restaurante, colocando-lhe uma placa de cimento por cima - como em 2001 fez Militão e os seus comparsas a seis portugueses em Fortaleza, Brasil.
Alfredo - que foi espancado pela família da vítima à porta do tribunal - recebe várias ameaças de morte desde que foi absolvido, em setembro. O Ministério Público pedia apenas uma pena de 3 anos e meio.
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