Presidente fotografado com agressor de polícias
Hortênsio Coxi, de 31 anos, foi entrevistado no bairro a criticar “violência” da PSP, mas já foi preso por disparar caçadeira contra agentes.
Na visita surpresa que fez ao bairro da Jamaica, Seixal, na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou-se fotografar com habitantes do bairro. Um dos ‘anónimos’ que posou ao lado do Chefe de Estado foi Hortênsio Aldino Coxi, de 31 anos, um cadastrado que, antes de ter sido entrevistado por televisões a criticar a "violência" da PSP depois dos distúrbios no bairro, ocorridos a 20 de janeiro e em que um polícia foi apedrejado, já tinha estado envolvido em ataques à PSP.
Paulo Rodrigues, presidente da ASPP (maior sindicato da PSP), não gostou da atitude do Presidente (ver caixa). O CM sabe que os polícias da zona há muito que conhecem Hortênsio Coxi. Segundo a ficha policial do angolano, a que o CM teve acesso, o mesmo foi preso a 14 de novembro de 2009, suspeito de receber a PSP com disparos de caçadeira. Em 2013, o angolano foi preso em Olhão por injúrias. No ano seguinte, no Seixal, foi preso por furtar uma carteira numa bomba de gasolina. Em outubro de 2015 foi detido a vender heroína no bairro. Hortênsio Coxi tem mais seis familiares diretos (primos e irmãos), todos com cadastro.
Marcelo avisa que não avalia cadastros
Após o líder do sindicato da PSP ter dito que se sente "discriminado" com a ida de Marcelo ao Jamaica, o Presidente disse esta tereça-feira que os polícias, "ao alimentarem a ideia de que há um confronto no mesmo plano com qualquer comunidade sobre a qual têm de exercer autoridade, estão a diminuir-se". "Quando contacto com os portugueses, não peço o cadastro criminal, nem fiscal, nem moral para falar com eles ou tirar ‘selfies’", vincou Marcelo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt