Preso devolve arma a guarda indisposto

Transexual na cadeia de Tires só foi apanhada no exterior.

26 de dezembro de 2015 às 19:15
presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves, hospital Amadora-Sintra, prisão, Tires Foto: João Nuno Pepino
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Faltam mais de 2000 guardas prisionais em Portugal. Aliada à sobrelotação dos estabelecimentos, que a 15 de dezembro albergavam 14 283 reclusos – mais 1692 que o máximo de lugares existentes –, esta situação está a preocupar os sindicatos dos guardas e já provocou até várias quebras de segurança dentro e fora das prisões.

"Existem 4080 guardas prisionais, mas devido às baixas e comissões de serviço, somos só 3800 em efetividade de serviço. O mapa de pessoal da Direção- -Geral dos Serviços Prisionais prevê a existência de 4903", alerta ao CM Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. Deveriam existir "no mínimo seis mil" – pelo que o défice de guardas prisionais ultrapassa os dois mil.

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A falta de guardas para o excesso de presos leva o sindicato a questionar o diretor-geral, Rui Sá Gomes, sobre instruções de serviço. "Há o exemplo das idas ao hospital com os reclusos. O assunto é tratado de forma diversa nas várias cadeias. Há locais onde só vai um guarda com o recluso quando este recebe cuidados médicos no exterior".

São conhecidos alguns episódios. Em Sintra, um guarda sentiu-se mal quando acompanhava um preso no hospital Amadora-Sintra e foi o recluso a vir ao exterior dar o alerta e até entregar a arma ao guarda que estava na carrinha celular. Em Viseu, valeu a um guarda acometido de doença súbita a aparição casual de um colega de outra cadeia .

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Mas também há dificuldades dentro das cadeias. Fonte prisional relata ao CM um caso ocorrido há dois meses na cadeia feminina de Tires. A enfermaria fica num edifício exterior e, devido à falta de pessoal, as reclusas são acompanhadas no percurso apenas por uma guarda. Uma subchefe, de 62 anos, seguia com uma transexual ali reclusa quando esta fugiu a correr e saltou a vedação. Foi apanhada casualmente por guardas que estavam no exterior em formação e estranharam ver a mulher com dois casacos em tempo de verão.

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