Prisão para metade do gang dos multibancos
Cinco dos nove suspeitos apanharam entre 7 a 17 anos de prisão por rebentar multibancos.
O Tribunal de Matosinhos condenou cinco de nove arguidos a penas entre os sete e 17 anos de prisão por rebentarem 22 multibancos no norte do país com explosivos, entre 2011 e 2012, anunciou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral Distrital do Porto.
"O tribunal considerou provado que os arguidos, depois de selecionarem as caixas multibanco, dirigiam-se a estas de madrugada, forçavam a abertura por onde dispensam as notas e por aí lançavam para o seu interior gás acetileno, fazendo-o explodir por recurso a engenho elétrico artesanal funcionando como detonador e, rebentada a caixa, acediam aos contentores das notas de banco, levando-os consigo", refere a nota.
Os outros quatro arguidos foram absolvidos por falta de provas quanto ao seu envolvimento no caso.
Gang dos multibancos
Os arguidos, com idades entre os 24 e 61 anos, ficaram conhecidos como o 'gang dos multibancos' e estavam acusados pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e simples, falsificação de documentos, uso de armas ilegais e explosão prevista.
Para rebentar as máquinas, os suspeitos usavam fios elétricos, lâmpadas e pilhas e atuavam sempre de madrugada. O modo de atuar era sempre igual: os alegados assaltantes forçavam a abertura da saída de notas da máquina, introduziam aí um cabo condutor de gás e ligavam fios elétricos a uma bateria (pilhas), provocando a explosão.
O "gangue dos multibancos" agia quase sempre após o abastecimento das máquinas com dinheiro e escolhiam aquelas sem sistemas de videovigilância, alarmes de intrusão e colocadas em zonas pouco movimentadas.
Abandonavam provas em locais isolados
Depois de retirado o dinheiro, os assaltantes fugiam e abandonavam os componentes da máquina em campos agrícolas, caminhos ou rios, enquanto os instrumentos usados nos crimes eram colocados em sacos desportivos e deixados em locais isolados.
Entre si, os arguidos comunicavam com telemóveis de baixo custo que, após os crimes, eram destruídos e abandonados. Já para se deslocarem, usavam estradas secundárias para evitar as portagens. A acusação refere que "atuavam de forma uniforme, aplicando conhecimentos adquiridos".
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