Processo que opõe Eduardo Vítor Rodrigues a Menezes conhece hoje decisão
Nas alegações finais, a procuradora do Ministério Público pediu a condenação do social-democrata.
O processo de Luís Filipe Menezes, eleito presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia nas autárquicas de outubro, onde está acusado de difamar o ex-autarca Eduardo Vítor Rodrigues, numa publicação no Facebook, em 2023, conhece esta quinta-feira decisão.
Nas alegações finais, a procuradora do Ministério Público (MP) pediu a condenação do social-democrata.
À data dos factos em causa, Luís Filipe Menezes era ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, depois de ter saído em 2013 após 16 anos de liderança, e o socialista Eduardo Vítor Rodrigues era o líder da autarquia, que lhe sucedeu no cargo, e que não concluiu o terceiro e último mandato por ter sido condenado por peculato de uso em junho.
Na origem do caso está uma publicação de Luís Filipe Menezes, que é o novo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, na rede social Facebook feita em outubro de 2023 em que acusava Eduardo Vítor Rodrigues que, à data, presidia o município, de ter interferido num processo de licenciamento de um terreno seu.
Na publicação, Luís Filipe Menezes culpou Eduardo Vítor Rodrigues de ser o "mandante" de "criminosas cambalhotas", como a alteração de pareceres técnicos para o prejudicar, e anunciou que tinha entregado o caso às autoridades.
Na primeira audiência de julgamento, que começou a 27 de março, Luís Filipe Menezes admitiu a prática dos factos e reiterou as declarações feitas no Facebook.
Durante o seu depoimento, Menezes assumiu que, quando escreveu aquela publicação, estava zangado, mas, mesmo que não estivesse, a escreveria na mesma, porque um cidadão de direito "não pode, nem deve, estar sujeito a isto", referindo-se a todo o processo que envolveu o licenciamento do seu terreno, onde pretendia construir uma casa que acabou por não construir.
"Isto é bandidagem, não tenho outro termo, e é o que acho", atirou, na ocasião.
Luís Filipe Menezes está acusado de difamação agravada pela qualidade da pessoa ofendida, Eduardo Vítor Rodrigues, publicidade e calúnia.
Eduardo Vítor Rodrigues está a pedir uma indemnização de 10.000 euros.
Além disso, o social-democrata respondia ainda por um crime de ofensa a organismo, serviço ou pessoa coletiva, agravado pela publicidade e calúnia.
No entanto, dois dias após as eleições autárquicas, a Câmara de Vila Nova de Gaia, ainda sob a liderança de Marina Mendes, que substituiu Eduardo Vítor Rodrigues no cargo, após este ter sido condenado a perda de mandato por peculato de uso, desistiu da queixa contra Menezes.
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