Ex-chefe da PSP julgado por vender TV pirata
Arguido confessou em tribunal ter vendido boxes adulteradas.
Um ex-chefe da PSP da Escola de Polícia de Torres Novas confessou esta segunda-feira, no Tribunal de Santarém, ter vendido boxes adulteradas de TV por cabo e fornecido o acesso a canais premium das operadoras comerciais a troco de uma mensalidade.
Contudo, o arguido, de 59 anos, garantiu ao coletivo que nunca quis enriquecer com o esquema e que o dinheiro que cobrava (10 euros por mês) era para cobrir os custos que o próprio tinha com as suas assinaturas.
Ao contrário do que sustenta o Ministério Público (MP), que o acusa de ser o mentor de um esquema muito lucrativo de ‘cardsharing’, o ex-PSP, hoje reformado, explicou que apenas fornecia os códigos de acesso aos canais pagos a pessoas com as quais ia contactando em chats e fóruns da Internet e a quem nunca cobrou dinheiro.
O arguido reconheceu que adquiriu várias boxes no estrangeiro através da Internet, mas disse tê-lo feito para entregar a pessoas que não sabiam fazer compras online e que as mesmas já vinham adulteradas.
Questionado pela juíza presidente se, enquanto agente da autoridade, tinha consciência do grau de ilicitude dos seus atos, o ex-polícia disse saber que a atividade era ilegal, mas que nunca esperou "sentar-se no banco dos réus", pensando que seria alvo de multa ou contraordenação, caso fosse apanhado.
O arguido está a responder por um crime de acesso ilegítimo, um de detenção e venda de dispositivos ilícitos e outro de usurpação de direitos de autor.
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