PSP recusa acusações de tolerância ao racismo e considera-as inaceitáveis

Comunicado surge na sequência de acusações da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância.

02 de outubro de 2018 às 21:21
psp, costas, agressão Foto: Ricardo Almeida
PSP Foto: Filipe Farinha
psp Foto: João Santos
PSP Foto: Nuno Fernandes Veiga

1/4

Partilhar

A PSP recusou esta terça-feira acusações de ser tolerante ao racismo, que considera inaceitáveis e que colocam em causa a honorabilidade da instituição, e garantiu que é sim "intolerante a atitudes xenófobas ou racistas".

A PSP "promove uma cultura de respeito e de tolerância interagindo com todos os setores da sociedade portuguesa de forma transparente", e age contra quem dentro da instituição viola a lei, diz a direção nacional da polícia em comunicado.

Pub

O comunicado surge na sequência de acusações, divulgadas esta terça-feira, da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância, organismo do Conselho da Europa, que acusa a hierarquia da PSP e a Inspeção-geral da Administração Interna de serem tolerantes ao racismo, pedindo que a polícia pare de relativizar a violência contra negros e ciganos.

No seu relatório sobre Portugal, a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI, na sigla em inglês) elogia o trabalho feito nos últimos anos, mas aponta também várias críticas, muitas delas relativamente à atuação das autoridades policiais.

Pub

A PSP lembra que o relatório publicado esta terça-feira decorreu de uma visita de peritos a Portugal numa semana de novembro do ano passado, acrescentando que não compreende como a instituição europeia pode tirar tais conclusões "tendo maioritariamente por base notícias publicadas e perceções sobre acontecimentos", e tomando "como relevantes apenas uma das partes intervenientes".

Diz a polícia que a informação que deu à ECRI não foi considerada, que nada do que disse a PSP aparece no relatório e que por isso não foi "materializado o direito do contraditório".

Com "um volume de interações individuais anuais superiores a 2,5 milhões, que opera em ambientes urbanos complexos e que tem diariamente intervenções de risco", não se pode querer reduzir a PSP "a um ou dois eventos, os quais, de resto, ainda se encontram em fase de julgamento e como tal, com presunção de inocência dos envolvidos até ao trânsito em julgado", diz-se no comunicado.

Pub

"Assume o relatório a existência de racismo institucional na Polícia, tolerado pela hierarquia, assunção que consideramos inaceitável, que coloca em causa a honorabilidade da instituição policial e daqueles que a servem, só sustentadas em desconhecimento e conceções enviesadas da atividade policial", refere o comunicado da Polícia de Segurança Pública.

A PSP lamenta que o relatório "se consubstancie num conjunto de omissões e versões subjetivas e parciais da realidade", diz que prestou toda a informação à ECRI e adianta que não pode aceitar as referências feitas aos profissionais e à instituição.

E conclui afirmando que vai manifestar o seu desagrado e descontentamento pelas referências constantes do relatório, junto das instâncias competentes.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar