Rangel suspeito de usar dinheiro de Veiga
Origem do dinheiro está numa empresa da esfera de José Veiga.
Quando prendeu o empresário José Veiga, em fevereiro de 2016, por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, a Judiciária seguiu o rasto de milhões escondidos em negócios, espalhados por cofres e contas bancárias alheias – em nome de testas de ferro. E foi assim que a PJ encontrou centenas de milhares de euros depositados em nome de um jovem sem motivo aparente. Mas o destinatário final da fortuna, acredita a investigação, é o juiz desembargador Rui Rangel, da Relação de Lisboa.
O jovem é filho de um amigo de Rangel, o advogado José Bernardo Santos Martins – e, confrontado pela investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ e do DCIAP, apontou na direção do pai, que usava a conta do filho para receber dinheiro com origem numa empresa da esfera de Veiga.
Foi feita uma busca ao escritório do advogado, presidida pelo juiz Carlos Alexandre, e lá estavam os talões de depósito na conta do juiz Rangel – nunca transferências –, sempre por valores abaixo dos 10 mil euros, limite mínimo que obriga os bancos a comunicarem as transações às autoridades, cumprindo a lei da prevenção de branqueamento. Na busca ao advogado foi ainda apreendido o computador, onde constavam os emails recebidos de Rangel – a pedir milhares de euros de forma compulsiva.
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