"Reestruturação" leva a demissões em empresas de Defesa

Contra-almirante Garcia Belo (Arsenal do Alfeite) e o major-general Castanheira Macedo (idD) vão ser substituídos nos cargos de presidentes da administração.

07 de maio de 2020 às 20:39
Base Naval do Alfeite, em Lisboa Foto: Direitos Reservados
Base Naval do Alfeite, em Lisboa Foto: Direitos Reservados

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O ministério da Defesa justifica ao CM a substituição das administrações do Arsenal do Alfeite e da idD – Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais com "o processo de reestruturação das participações do Estado no setor da Defesa".

Tal como o CM noticiou esta quinta-feira, o contra-almirante Garcia Belo (Arsenal do Alfeite) e o major-general Castanheira Macedo (idD) vão ser substituídos nos cargos de presidentes da administração.

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Quanto à idD, "pretende-se agora, sem criar nenhuma nova empresa, mas reestruturando a atual idD, dar um passo decisivo no processo de reestruturação iniciado em 2014 e garantir um instrumento de políticas públicas que irá desenvolver a Economia de Defesa com vista à criação de valor para as Forças Armadas e para a Economia Nacional". A IdD supervisiona participações públicas em empresas "que implicam, já hoje, 2600 empregos, 366 milhões de euros de ativos e um volume de negócios em torno dos 350 milhões de euros". E assumirá funções nos projetos PESCO, do Fundo Europeu de Defesa, Lei de Programação Militar e compromissos NATO.

"Face à profunda reestruturação da empresa e das atividades a esta cometidas pelo Governo, foi entendido que a equipa de gestão deveria ser ajustada em conformidade, alinhando as suas competências e qualificações com os requisitos e objetivos agora definidos", refere o ministério de João Gomes Cravinho.

Já quanto ao Arsenal do Alfeite, o governo diz que"é imprescindível proceder também a uma reorientação da empresa", através de "uma estratégia que reforce e aprofunde a capacidade de criação de valor e de internacionalização".

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"É imperioso o aproveitamento do enorme know-how que existe, nomeadamente ao nível da engenharia naval e desenvolver uma estratégia de promoção e internacionalização da prestação de serviços e diversificação de clientes. Por outro lado, é preciso implementar uma política de Recursos Humanos de captação, formação e retenção de mão de obra qualificada e de técnicos especializados", refere.

A Comissão de Trabalhadores já veio, esta quinta-feira, reagir dizendo que a "situação levanta dúvidas sobre a estabilidade e o futuro do Estaleiro", que nesta altura tem "vários projetos importantes, como a manutenção do submarino NRP «Arpão» (uma operação complexa e que está a meio dos respetivos trabalhos), a construção de uma lancha Salva-Vidas (na fase final de aprestação), as manutenções das fragatas NRP «Vasco da Gama» e NRP «Francisco de Almeida», bem como toda a restante manutenção dos navios da Marinha Portuguesa e se tentam concretizar as perspetivas do contrato com Marrocos (para a reparação de navios da Marinha Marroquina)".

Os novos administradores da Arsenal do Alfeite e da idD vão ser anunciados "assim que estiver concluído todo o processo legal para o efeito", refere o ministério da Defesa. "As novas equipas de gestão serão submetidas, nos termos da lei, a apreciação pela CRESAP", assegura.

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