Refugiados agradecem apoio da GNR

Força portuguesa esteve três meses ao largo da Grécia.

03 de setembro de 2015 às 08:29
gnr, refugiados Foto: D.R.
Partilhar

Viveram de perto o drama de milhares de pessoas que tentam fugir à miséria, à fome e à guerra e chegar à Europa à procura de melhor vida. Atravessam o Mediterrâneo em barcos superlotados. Alguns pagam milhares de euros a máfias organizadas. Outros pagam a travessia com a própria vida. Dez militares da GNR, da Unidade de Controlo Costeiro, regressaram agora a Portugal, após 91 dias de missão junto à ilha de Lesbos, na Grécia. E na bagagem trouxeram várias recordações, muitas delas de terror.

"Numa das patrulhas diárias lembro-me de haver uma embarcação muito pequena, com umas 13 pessoas. O barco já tinha muita água, era preciso socorrê-las", relata o tenente Hélio Rosado. "Existia gratidão, dava para ver isso nos olhos das pessoas, o que nos enche o coração." Ao todo, foram detetados 3067 refugiados e resgatados 1265.

Pub

Além do oficial, outros nove homens revezavam-se a bordo do ‘Mareta 1’, o semirrígido de alta velocidade em que se deslocavam. Nas 91 patrulhas – tantas quantos os dias de missão – depararam-se com dramas humanos. "É reconfortante saber que salvámos crianças, bebés, pessoas que abandonaram tudo para fugir à guerra e procurar um lugar mais seguro. Ficaram com a nossa imagem gravada na mente", diz o sargento-ajudante Gil Cardoso.

Pub

O militar da GNR recorda ao CM com emoção o dia em que se cruzaram com uma embarcação de oito metros com mais de 50 pessoas a bordo: "Havia muitas crianças e bebés, alguns com apenas dois meses de idade. Choravam, não tinham qualquer proteção do sol e nós pouco pudemos fazer devido às limitações do nosso barco. Tiveram de ficar todos cerca de meia hora à espera de um barco maior."

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar