Saca 245 mil euros em 16 dias com burla de bilhetes a companhias aéreas
Representante de agência de viagens de Guimarães julgado por 126 crimes de falsidade informática.
Um funcionário de uma agência de viagens de Guimarães conseguiu apropriar-se de mais de 245 mil euros em apenas 16 dias com um esquema de emissão de bilhetes de avião sem qualquer pagamento. Acabou por lesar companhias aéreas, a empresa para a qual trabalhava e os colegas. Vai ser julgado por 126 crimes de falsidade informática, quatro crimes de burla informática qualificada, um crime de falsificação de documento agravado e um crime de insolvência dolosa agravada.
De acordo com o Ministério Público, o arguido era "legal representante de uma agência de viagens, com sede em Guimarães" e "entre 03.04.2017 e 19.04.2017, promoveu a emissão de bilhetes de diversas companhias aéreas mediante a utilização de dados de cartões de crédito que sabia não permitirem a concretização de qualquer pagamento". "Tais operações foram recusadas pelo sistema bancário, não tendo as companhias aéreas recebido a respetiva contrapartida financeira, e, ainda assim, o arguido procedeu à venda desses bilhetes a terceiros por preços apelativos, fazendo ingressar o produto dessas vendas no seu património, em vez de o canalizar para a sociedade que representava", explica o MP.
O Ministério Público considerou também indiciado que o arguido não entregou nenhum valor da emissão dos bilhetes às companhias aéreas, "apesar do compromisso subjacente à licença IATA titulada pela sociedade, e nada foi possível cobrar, pois o ativo imobiliário da sociedade foi vendido pelo arguido".
O homem agiu "ainda com intenção de prejudicar os credores, incluindo os trabalhadores, subtraindo os ativos da sociedade que representava para seu benefício, gorando, assim, a cobrança de qualquer crédito".
No total, o burlão apropriou-se de "pelo menos, 245 620,52 euros".
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