Saída de capítulo sobre extrema-direita do RASI foi acordo de polícias
Decisão foi tomada pelas forças de segurança que integram Gabinete Coordenador de Segurança.
Foi de comum acordo que todas as forças e serviços de segurança que integram o Gabinete Coordenador de Segurança aceitaram retirar da versão final do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, um capítulo sobre a atividade de extrema direita no País. Segundo o DN de ontem, o capítulo, de cinco páginas, chamava-se 'Ameaças Híbridas e Extremistas', da autoria da Polícia Judiciária, e identificava a organização internacional de extrema-direita, de caráter terrorista, que já está instalada em Portugal, e que na versão final do RASI não é mencionada.
Trata-se do 'Blood and Honour' (sangue e honra, em inglês), um grupo neonazi transnacional, presente em Portugal desde 2018, pelo menos. Está classificada como organização terrorista em vários países europeus como a Espanha, que já decretou mesmo o seu banimento. No capítulo 'arrancado' do RASI, a PJ chama a atenção para "a falta de adoção de uma posição comum, sobretudo a nível da União Europeia, o que pode criar refúgios para este tipo de grupos".
Na reunião em que foi decidida a não inclusão deste capítulo no RASI, ocorrida a 21 de março, estiveram presentes as ministras da Administração Interna e da Justiça, Margarida Blasco e Rita Júdice. O Relatório Anual de Segurança Interna viria a ser aprovado no dia 28 do mesmo mês, e apresentado publicamente.
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