Sargento incapacitada em serviço fica no Exército

Joana Delgado, de 32 anos, segundo sargento do Exército, sofreu em janeiro de 2017 um grave acidente. O despiste de um blindado Pandur deixou-a com 70% de incapacidade devido a uma lesão vertebromedular, com sequelas ao nível da mobilidade. Uma lei de 2021, que até agora só tinha sido aplicada ao cabo Aliu Camará, que perdeu as pernas num acidente na República Centro-Africana, permitiu que Joana Delgado entrasse ontem para os quadros permanentes.

“No Exército, cuidamos dos nossos!”, afirma ao CM o chefe do Exército, general Mendes Ferrão. “Acompanhámos a sua recuperação, reconhecemos a sua resiliência e, hoje, ao ingressar nos Quadros Permanentes, reafirmamos um princípio essencial: no Exército, ninguém fica para trás”, testemunha. Ao CM, Joana Delgado assume que é “um momento muito importante para mim, porque marca o fim de um ciclo de persistência e perseverança para conseguir alcançar este objetivo profissional, apesar das adversidades inerentes à minha condição física”. “O meu caminho foi sempre pautado pelo pensamento de que as Forças Armadas não deviam desconsiderar o futuro e os objetivos dos militares, que no desempenho das suas funções tivessem algum infortúnio, porque o orgulho e a capacidade de ser militar e honrar Portugal são iguais aquando entrei nas fileiras em 2015”, explica.