Schmidt preso por risco de fuga

O luso-brasileiro Raul Schmidt, que foi detido na segunda-feira em Lisboa no âmbito da operação Lava Jato, fica em prisão preventiva a aguardar o pedido de extradição do Brasil.Ao Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) ainda não chegou qualquer pedido de extradição por parte das autoridades brasileiras. "Há apenas uma detenção provisória pedida pelas entidades judiciais do Brasil. Este processo fica a aguardar que o Estado brasileiro formule o pedido de extradição, tendo a partir de agora um prazo de 40 dias a partir da notificação", explicou o presidente do TRL, Luís Vaz das Neves.

Raul Schmidt foi ontem ouvido durante mais de quatro horas pelo juiz desembargador Agostinho Torres, que determinou a medida de coação mais gravosa, tendo em conta o perigo de fuga do empresário brasileiro.

É suspeito de ter intermediado pagamentos de milhões em luvas no universo da Petrobras - a petrolífera estatal brasileira - estando acusado no Brasil dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais.

Na segunda-feira, o cidadão luso-brasileiro foi detido num apartamento de luxo no bairro do Castelo, em Lisboa. O imóvel está avaliado em três milhões de euros. A detenção, pela Judiciária, de Schmidt foi realizada no cumprimento de uma de três cartas rogatórias enviadas pela Justiça brasileira a Portugal.

A operação Lava Jato, da Polícia Federal, começou em março de 2014 e é considerada a maior investigação de sempre de casos de corrupção no Brasil.