Sócrates tenta calar CM

José Sócrates avançou com uma providência cautelar para travar e calar o Correio da Manhã. O ex-primeiro-ministro, suspeito de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, quer impedir o CM de divulgar as provas contra si que constam da investigação Operação Marquês, alegando que tal constitui uma ofensa.

A ação, que deu entrada na 1ª secção da Instância Central Cível de Lisboa, foi, para já, aceite, mas irá ser contestada pelo CM. A investigação do CM ao património do ex-governante vem dos tempos em que Sócrates foi viver para Paris sem quaisquer rendimentos conhecidos, depois de deixar o governo, em 2011, ou seja, muito antes do início da investigação do Ministério Público que está entregue ao DCIAP – o inquérito teve início em julho de 2013.

Segundo a providência cautelar, cuja decisão foi notificada ao CM esta terça-feira, os jornalistas estão proibidos de "editarem, publicarem ou divulgarem (...) o teor de quaisquer elementos de prova" constantes do referido inquérito, ou seja, da Operação Marquês, que conta já com dez arguidos.

A decisão da juíza vai mais longe e refere que a proibição abrange "despachos e promoções do Ministério Público, documentos, decisões das autoridades judiciárias competentes e transcrições ou o teor de conversas alvo de interceções telefónicas".

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Clique para ler a nota editorial do CM sobre este tema: O país do respeitinho

A CMTV (canal 8 do Meo) realiza na tarde desta quarta-feira uma emissão especial contínua sobre este assunto, durante a qual serão ouvidos os portugueses e as opiniões da sociedade civil.

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