SOS Sado denuncia obra ao comandante do Porto de Setúbal
Obra de destruição da parte submersa da Pedra Furada afeta comunidade de roazes.
A obra de destruição da parte submersa da Pedra Furada de Setúbal, no âmbito das obras de dragagens para ampliação do Porto de Setúbal, continua a gerar polémica.
Depois de os trabalhos da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra terem sido denunciados pela Associação SOS Sado, na semana passada, o movimento cívico apresentou esta segunda-feira queixa formal ao comandante do Porto de Setúbal.
Segundo a associação, as obras são ilegais e prejudiciais para a comunidade de roazes corvineiros do Sado.
"Estas obras representam um prejuízo ambiental e geológico considerável, quer pela via do ruído produzido, quer pela ressuspensão de sedimentos gerados e outros que podem ainda não estar determinados", escreve o movimento em comunicado.
Contactado pelo CM, o capitão do Porto de Setúbal confirma a receção da queixa mas admite que as competências da capitania são limitadas.
"As responsabilidades de capitão de Porto cingem-se à garantia da segurança da navegação e pessoas, no decorrer da obra, e isso foi e está acautelado", diz Luís Lavrador. A queixa vai no entanto ser analisada.
Segundo a APSS, as obras iniciadas a 1 de abril junto ao terminal Tersado, em Setúbal, destinam-se à remoção de um afloramento arenítico, ou seja, a parte submersa da Pedra Furada, e pretendem permitir a obra de dragagens no rio Sado.
O ruído proveniente da destruição da pedra, debaixo de água, preocupa a associação, que na semana passada gravou o barulho provocado pela obra com um hidrofone.
O som, garante a SOS Sado, é prejudicial à comunidade de golfinhos.
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