"Super tufão" em Macau adia fogo-de-artifício português inspirado no Fado
O Grupo Luso Pirotecnia conta no currículo com importantes primeiros prémios conquistados em competições internacionais.
Um "super tufão", que deverá atingir Macau este fim de semana, obrigou ao adiamento da terceira etapa do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício que incluía a participação de um concorrente português com um espetáculo inspirado no fado.
A etapa de sábado previa a participação de dois competidores, franceses e portugueses, mas por razões de segurança, devido à passagem do "super tufão" Mangkhut, o evento foi adiado, anunciaram esta quarta-feira as autoridades de Macau.
O Mangkhut, atualmente localizado na parte noroeste do Oceano Pacífico, continua a mover-se em direção a oeste, prevendo-se um impacto significativo na costa meridional da China durante o fim de semana.
A organização ainda está a definir uma nova data para a realização da etapa inicialmente prevista para a noite de sábado, mas tudo depende da evolução do tufão, explicou, em conferência de imprensa, um responsável da consultora técnica do evento, a Pirotécnica Minhota, Francisco Carneiro.
Já o espetáculo imaginado pelo Grupo Luso Pirotecnia será "100% português", adiantou na mesma conferência de imprensa o representante da empresa, Vítor Machado, sublinhando que, além do tema e da seleção musical, também todo o material é 'made in' Portugal.
Vítor Machado afirmou que este era um desafio, uma vez que "a China tem uma grande tradição pirotécnica", pelo que para a competição deste ano decidiram investir "numa viagem de sonoridades" que vai "desde os clássicos, como Amália [Rodrigues]" e António Zambujo, até ao Fado In Bossa e aos Beat Bombers Remix, passando por artistas como Rodrigo Leão e Camané, Pedro Abrunhosa, Dulce Pontes, Deolinda e, inclusive, os Gaiteiros de Lisboa.
O Grupo Luso Pirotecnia conta no currículo com importantes primeiros prémios conquistados em competições internacionais, nos Estados Unidos, República Checa, Alemanha e França.
A empresa portuguesa, que soma participações neste evento desde 1999, vai competir no maior concurso de fogo-de-artifício de Macau, cujo orçamento é de 2,2 milhões de euros.
A 29.ª edição do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício teve início em 01 de setembro e deverá terminar em 01 de outubro, Dia Nacional da China, na baía em frente à Torre de Macau, uma das torres mais altas do mundo.
No concurso competem dez equipas: Filipinas, Coreia do Sul, Japão, Bélgica, França, Portugal, Alemanha, Áustria, Itália e China.
A 29.ª edição estava para se realizar em 2017, mas a passagem por Macau daquele que foi o pior tufão nos últimos 53 anos obrigou ao cancelamento do evento.
"No ano passado já tinha feito a apresentação da 29.ª edição do Concurso, mas por causa do tufão Hato o concurso foi cancelado pela primeira vez", lembrou a diretora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, na apresentação do concurso, em julho.
O Hato, que atingiu Macau em 23 de agosto, causou dez mortos, mais de 240 feridos e prejuízos avaliados em 1,3 mil milhões de euros.
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