Supremo perdoa dois anos ao tio que matou sobrinho a tiro em Tomar
Joaquim Nunes assassinou João, frente ao filho e a um sobrinho deste, por causa de terrenos.
Joaquim Nunes, o homem que, tal como descreveu o juiz do Tribunal de Santarém, matou a tiro o sobrinho, João, "num verdadeiro ato de caça", por causa de terrenos, em fevereiro de 2024, em Carvalheiros, Tomar, viu agora o Supremo Tribunal de Justiça reduzir-lhe a pena de 23 para 21 anos de cadeia. Os juízes conselheiros valorizam o "facto de o arguido ter 67 anos de idade, a par da falta de antecedentes criminais e dado o caráter isolado dos factos", o que "permite afirmar uma mitigação das exigências de prevenção especial".
O assassino, de 67 anos, planou tudo pelo menos de véspera. Municiou a espingarda caçadeira com, pelo menos três cartuchos, e colocou roupas, bens pessoais e medicação no interior de um saco, antevendo a sua detenção. Na manhã do dia seguinte, 29 de fevereiro, empunhando a arma municiada, sabia onde esperar João Nunes, de 46 anos, com quem mantinha "quezílias relacionadas com partilhas de terrenos". O sobrinho, emigrante na Suíça há 17 anos, desde o dia 14 que ali andava a fazer obras na serventia existente entre os terrenos de ambos.
Eram 08h15 quando começou a fazer os 100 metros entre a sua casa e o local do crime, onde sabia que a vítima iria estar. João estava com o filho, de 19 anos, e o sobrinho. Joaquim Nunes parou o carro e saiu de arma em riste. Disparou a 17 metros de João, atingindo-o na zona do ombro direito e do tórax, fazendo-o cair ao chão de costas. De seguida, deu dois disparos na cara da vítima: um em cada olho. A morte foi imediata, em frente ao filho e ao sobrinho.
Joaquim Nunes, que também foi 42 anos emigrante na Suíça, tendo regressado um ano antes do crime, fugiu para casa e ligou para a PSP às 08h25 e 08h26. Mas tinha os números desatualizados e os que usou encontravam-se desativados. Então resolveu aguardar à frente da garagem, com o saco da roupa e a caçadeira ao lado.
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