Suspeitos de pertencerem a rede de narcotráfico libertados por excesso de prisão preventiva

Grupo foi detido em março de 2023 e, durante as diligências, as autoridades apreenderam 1.200 quilogramas de cocaína num camião.

17 de setembro de 2025 às 17:03
Tribunal
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Os seis homens que estão a ser julgados em Portimão por pertencerem a uma rede internacional de tráfico de droga saíram em liberdade por ter sido ultrapassado o prazo máximo de prisão preventiva, disse esta quarta-feira fonte judicial.

De acordo com a fonte, os seis arguidos que se encontravam em prisão preventiva num estabelecimento prisional de Lisboa foram colocados em liberdade na passada segunda-feira.

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Os seis homens, com idades entre 24 e 65 anos, de nacionalidade brasileira, eslovena, tunisina e portuguesa, começaram a ser julgados em 05 de setembro no Tribunal de Portimão, estando a segunda sessão do julgamento agendada para segunda-feira, às 13:45.

A fonte referiu que o processo está classificado como de "especial complexidade", o que justificou a extensão dos prazos máximos normais de duração da prisão preventiva até à passada segunda-feira, tendo em conta o número de arguidos e o caráter altamente organizado do crime.

Os arguidos, acusados pelos crimes de tráfico agravado de estupefacientes e de associação criminosa, são suspeitos de pertencerem a uma rede internacional e foram detidos em março de 2023, em Albufeira, durante uma operação policial, quando transportavam 1.200 quilogramas de cocaína num camião.

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Para o MP, "há indícios" de os detidos fazerem parte de uma organização internacional de caráter criminoso que se dedica a transportar grandes quantidades de cocaína por via marítima desde a América do Sul, onde é produzida, para a Europa, com entrada por Portugal.

No início do julgamento, a defesa dos suspeitos criticou a forma como foi desenvolvida a investigação, recolhida e validada a prova pelo Ministério Público, argumentando que 80% do crime foi cometido pela Polícia Judiciária (PJ), com recurso a um 'agente' encoberto.

Numa nota introdutória, o Ministério Público (MP) admitiu que no processo "está em grande destaque" o meio oculto de prova, cujas ações encobertas foram autorizadas e seguidas judicialmente, "sendo a prova legalmente obtida", alegando tratar-se de uma criminalidade altamente organizada.

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Na primeira sessão do julgamento o tribunal ouviu apenas o arguido Ayari Mohamed Chokri, de 65 anos, que negou pertencer a uma rede de narcotráfico, e um inspetor da Polícia Judiciária que esteve envolvido nas operações de vigilância, seguindo as movimentações dos arguidos por locais de Albufeira, Quarteira, Lisboa e Fátima.

Na operação desenvolvida pela PJ foram apreendidas além da droga, uma viatura pesada utilizada para transporte da cocaína, equipamentos de comunicação, elevados montantes em dinheiro, documentos e outros objetos.

O inquérito foi dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, uma operação desenvolvida em cooperação com as polícias internacionais.

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