Três homens livres da cadeia após espancarem jovem de 18 anos
Penas suspensas para guarda prisional e outros dois homens, em Montemor-o-Velho.
Adecisão do Tribunal de Coimbra de suspender as penas de prisão aplicadas esta quarta-feira a três homens, entre eles um guarda prisional, acusados de agredirem, nas festas de Montemor-o-Velho, um jovem de 18 anos que acabou por morrer horas depois, revoltou os familiares da vítima.
"Não foi feita justiça", reagiu Isabel Rolim, tia de Leonardo Quelha, que morreu em setembro de 2016 na sequência das agressões.
A suspensão das penas - entre os 4 anos e 3 meses e os 4 anos e 9 meses - fica condicionada ao pagamento por parte dos arguidos de uma indemnização de 199 mil euros aos pais da vítima. Essa condição não é suficiente para a familiar: "A indemnização não traz ninguém de volta. Deviam perder aquilo que tinham e perder a liberdade."
Edgar Monteiro, João Paulo Santos (guarda prisional) e João Tarrafa foram punidos pelo crime de ofensa à integridade física qualificada. O coletivo de juízes decidiu fazer uma alteração da qualificação jurídica, condenando-os por um artigo em que a moldura penal é menor, permitindo assim a suspensão das penas.
A ausência de antecedentes, o facto de trabalharem, de terem a vida organizada e de estarem inseridos na sociedade foram atenuantes. Não ficou provado que os arguidos tivessem a noção de que os murros desferidos na vítima conduzissem à sua morte.
"Com agressões desta violência não sabiam que iam matar? O meu sobrinho tinha os rins desfeitos e tinha uma lesão medular semelhante a um impacto de automóvel", referiu Isabel Rolim, após a leitura do acórdão.
PORMENORES
Acórdão
O advogado da família da vítima, António Alves Cardoso, ainda não decidiu se vai recorrer. Considera positivo o facto de a suspensão da pena estar condicionada ao pagamento da indemnização.
Festas da vila
Tudo se passou em setembro de 2016 nas festas de Montemor-o-Velho. Após ser atingido com murros na cabeça, Leonardo Quelha foi para casa. Foi encontrado pela mãe, inanimado, pelas 08h00.
Admite socos
Durante o julgamento, os arguidos, um guarda prisional de 40 anos, e outros dois homens, de 25 e 35, admitiram algum envolvimento na agressão. O guarda prisional disse ter dado "alguns socos".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt