Polícias detidos por ‘comprarem’ informações com droga
Forneciam droga a consumidores em troca de informações sobre identidade dos traficantes.
Três polícias da Brigada de Fiscalização Policial (BFP) da PSP do Comando do Porto trabalhavam sobretudo nas zonas de maior consumo e tráfico de droga, como o Bairro da Pasteleira Nova.
Suspeita-se que os agentes, que exerciam funções à civil e têm entre 40 e 50 anos, ficavam com parte do dinheiro apreendido nas fiscalizações e com droga.
Usavam depois o estupefaciente para facultar a consumidores em troca de informações sobre a identidade e o paradeiro dos grandes traficantes. Foram detidos na quinta-feira pela PSP.
Às primeira horas da manhã, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto avançou para o terreno e realizou três buscas às casas dos agentes - que exercem funções na 2.ª Divisão da PSP. Estão indiciados dos crimes de prevaricação, tráfico de droga e peculato.
A investigação começou no ano passado, após várias queixas sobre o método de trabalho dos três polícias, que formam uma das equipas daquela divisão - sempre em bairros da área de intervenção.
Percebeu-se depois que infringiam a lei: cometiam crimes para apanhar os principais criminosos. A PSP já lhes instaurou um procedimento disciplinar. Serão ouvidos por um juiz esta sexta-feira.
Juiz nas buscas
As buscas realizadas contaram com a presença de um magistrado judicial. Foram detidos no cumprimento de mandados fora de flagrante.
Terceira esquadra
O processo é da 3.ª Esquadra de Investigação Criminal, localizada nas Antas, e para onde foi levada a documentação apreendida nas buscas.
Agentes em choque
Um dos PSP está na brigada desde 2020. Os outros ingressaram em 2021 e 2022. Os colegas ficaram em choque com a detenção.
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