"Tu já não vais chegar ao Natal, eu mato-te"

José Moreira nunca aceitou o fim do casamento, que durou pouco mais de um ano. Ao longo de dois meses, dirigiu-se todos os dias, de bicicleta, até à casa da ex-mulher, em Balcelhas, Valongo, onde ficava várias horas escondido a vigiar a vítima. A 2 de novembro último, o homem, de 42 anos, foi mais uma vez até à moradia de Laura Ribeiro e ameaçou-a: "Tu já não vais chegar ao Natal, eu vou-te matar." Dois dias depois, assassinou-a à paulada.

Está agora acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado e violência doméstica. Começa a ser julgado este mês. "Agiu apenas movido por ciúmes e porque não aceitou que a vítima não queria reatar o casamento", diz a acusação.

José, que está na cadeia, saiu de casa em setembro, após uma discussão. Nessa altura, empurrou a vítima, de 56 anos, contra uma porta e agrediu-a com vários murros na cara. "Tu não vais ter sossego, vou-te matar", disse, na altura, o homem.

A partir de então, Laura, que trabalhava na Câmara de Valongo, começou a ser vigiada e ameaçada por telefone. José dizia-lhe que, se não o aceitasse de volta, não iria ter descanso.

A 4 de novembro, o homem decidiu esperar a ex-mulher junto à habitação desta. Surpreendeu-a na cozinha e agrediu-a na cabeça com um pau de grandes dimensões. Laura fugiu para o quintal, mas foi atingida por mais duas vezes. José arrastou depois o cadáver para a cozinha e fechou a porta à chave. O corpo foi encontrado três dias depois.