Último adeus a menino morto pela mãe
“Ficámos em lágrimas”, disse uma popular com uma flor branca na mão.
Foi ontem a sepultar o corpo de Rafael Gonçalves, de 11 anos, que morreu estrangulado às mãos da mãe, Ilda Gonçalves, terça-feira, em Sortelhão, Guarda. As cerimónias fúnebres decorreram debaixo de forte emoção e, quando o corpo saiu da igreja, dezenas de pessoas bateram palmas no último adeus à criança. "Estamos em lágrimas, o menino era de todos nós", disse uma popular com uma flor branca na mão.
"Isto nunca se viu aqui. É uma tristeza, uma criança tão pequenina", comentou outra mulher que participou nas cerimónias marcadas por lágrimas, emoção e dor. A mãe não foi ao funeral. Está internada na ala psiquiátrica do hospital da Guarda e desconhece-se quando será presente ao juiz. Para a PJ, a investigação está praticamente concluída. O relatório preliminar da autópsia aponta para que a criança tenha sido estrangulada.
Foram detetadas marcas de mãos no pescoço e sangue derramado nos olhos. Foram também recolhidas amostras toxicológicas para perceber se a criança foi ou não drogada. Mas esses resultados ainda não são conhecidos. A mãe deixou uma carta a pedir desculpa e a justificar o ato.
Pormenores
Pai dormiu em casa
Alípio Dias, pai de Rafael, ainda está em choque. Na noite de quarta para quinta-feira, o progenitor dormiu na casa onde horas antes a mulher tinha matado o filho menor. O homem é jardineiro no hospital da Guarda.
Depressão
Ilda Gonçalves trabalhava na Delphy, fábrica de componentes de automóvel que fechou em 2010. Entrou em depressão e as perturbações do foro neurológico agravaram-se, sobretudo depois de ter parado de tomar a medicação.
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