"Um grito sufocado pela dor": mãe de Beatriz Lebre escreve desabafo sobre morte da filha
Paula Lebre questiona a importância de se esclarecer qual o tipo de relação que havia entre a filha e o homicida.
A mãe de Beatriz Lebre, a jovem de 22 anos assassinada pelo colega de mestrado Rúben Couto, de 25, questiona a importância de se esclarecer qual o tipo de relação que havia entre a filha e o homicida, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no jornal Público. "O serviço social de informar, a pretexto da liberdade de expressão a qualquer preço, passa a ser, ele próprio, um veículo perverso de disseminação da violência e do crime", escreve.
"Escrevi o texto que se segue como um grito sufocado pela dor (…). Passei a ser mais uma mãe que perdeu uma filha. Como tantas outras mães, estou em sofrimento profundo, não durmo e nem sequer consigo chorar, porque a dor no peito entope as lágrimas que saem do coração. Tal e qual as outras mães órfãs de filhos, terei de aguentar e seguir em frente mesmo sem saber ainda como. Mas isto é um problema que terei de ser eu a resolver em família", começa por escrever a mãe enlutada.
Paula Lebre assina o texto como "mãe" e "cidadã", para questionar quem a lê qual a importância da natureza da relação que a filha mantinha com o jovem que lhe tirou a vida.
"A violência está no ser humano que a pratica e não nas relações de amizade, amorosas, conjugais ou mesmo na falta de relações", escreve.
Paula Lebre acrescenta ainda que a violência é e será sempre cruel e desumana. Em qualquer condição, em qualquer contexto, em qualquer fase da vida. Apela para que não se romantize a violência.
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