“Uma grande desgraça caiu sobre todos nós”

Primeiras seis vítimas da tragédia de Pedrógão foram sepultadas esta terça-feira.

21 de junho de 2017 às 04:19
Pedrógão Grande, incêndio, fogo, tragédia Foto: Duarte Roriz
Pedrógão Grande, incêndio, fogo, tragédia Foto: Direitos Reservados
Pedrógão Grande, incêndio, fogo, tragédia Foto: Direitos Reservados
Eliana Damásio figura entre as vítimas do incêndio Foto: Direitos Reservados
Nélson Damásio figura entre as vítimas do incêndio Foto: Direitos Reservados
Pedrógão Grande, incêndio, fogo, tragédia Foto: Duarte Roriz
Pedrógão Grande, incêndio, fogo, tragédia Foto: Duarte Roriz

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Seis carrinhas funerárias carregaram os seis corpos das vítimas do fogo em Sarzedas de São Pedro. Eram 18h00 de ontem quando as lágrimas começaram a correr nos rostos de familiares e amigos de António, Eliana, Nelson e Paulo, que tentaram fugir às chamas mas ficaram encurralados junto ao próprio cemitério.

Foram das primeiras vítimas a ser localizadas pelas autoridades logo no sábado à noite.

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Ontem, também foram a enterrar Maria Odete e Anacleto, um casal na casa dos 70 anos. Também eles foram apanhados pelas chamas dentro do carro. Ainda ninguém acredita na morte destas seis pessoas "tão queridas na terra".

Todos imaginavam a dor por que passaram estas seis vítimas, que largaram tudo com medo do incêndio e foram apanhados na fuga. O padre José Carvalho, pároco de Castanheira de Pera, não escondeu a emoção durante os seis funerais. "Foi uma grande desgraça que caiu sobre nós", lamentou durante a missa que decorreu na capela de Sarzedas de São Pedro. A seguir os seis corpos foram levados para o cemitério de Sarzedas.

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O bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, procurou consolar o coração de todos aqueles que choravam as seis mortes. "Este é um momento muito triste para todos", disse o bispo, que também salientou a generosidade da população, que veio a seguir à tragédia. "A seguir a isto, é possível haver amor".

Nenhum governante marcou presença nos primeiros funerais das vítimas do incêndio. Uma psicóloga da PSP teve mesmo de intervir, tal era a aflição das dezenas de pessoas que se reuniram à volta da capela. O INEM teve também de assistir um familiar de uma das vítimas que se sentiu mal quando viu a chegada das urnas à capela.

Sarzedas de São Pedro tem apenas trinta habitantes, mas, ontem, estavam mais de duzentas pessoas naquela pequena localidade que fica situada junto à Nacional 236, mais conhecida por ‘estrada da morte’.

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António, Eliana, Nelson, Paulo, Maria Odete e Anacleto foram as primeiras vítimas sepultadas em Pedrógão Grande.

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