Detidos por crimes sexuais em 2025 já são mais do que em todo o ano passado

Foram identificados desde o início do ano 269 suspeitos, resultando em 251 detenções.

18 de novembro de 2025 às 10:30
Conferência "Crimes sexuais: construir a mudança" decorre na sede da PJ, em Lisboa
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Nos primeiros 10 meses de 2025, foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) 269 suspeitos de crimes sexuais, mais do que em todo o ano de 2024, quando foram detidos 251, revelou hoje o diretor da instituição.

Em causa estão especialmente os crimes de coação sexual, violação, abuso sexual de menores, abuso sexual de menores dependentes, atos sexuais com adolescentes e pornografia infantil, precisou Luís Neves, na abertura da conferência "Crimes sexuais: construir a mudança", que hoje decorre na sede da PJ, em Lisboa.

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Numa intervenção em que por diversas vezes sublinhou a importância da cooperação entre as diversas forças policiais e outras entidades, como hospitais, no combate à criminalidade sexual, o diretor da PJ destacou ainda o aumento do número de ativações, neste âmbito, dos serviços de prevenção da Diretoria do Norte e em Lisboa da instituição que lidera.

Segundo Luís Neves, enquanto em todo o ano de 2024 foram registadas na Diretoria do Norte 89 ativações e em Lisboa 608, em 2025 foram já atingidas, respetivamente, 86 e 594 situações.

"Destaco estes números, que são absolutamente impressionantes e que representam uma efetiva capacidade de prevenção e repressão criminal, essencialmente graças às instituições aqui presentes", afirmou.

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À margem da conferência, o diretor nacional apelou às vítimas que, "por muito que custe", participem os crimes, assegurando que a PJ tem atualmente condições de poder ouvi-las "de uma forma muito harmoniosa, muito sensível".

"Muitas vezes, temos apenas uma oportunidade, com a recolha de prova científica, com um depoimento muito firme, de podermos interromper a atividade criminosa de um predador, de um delinquente, muitas vezes por tendências, muitas vezes reincidentes", frisou.

Ao nível da recolha e análise de prova, Luís Neves apontou, na abertura do evento, para o primeiro semestre de 2026 o fim de atrasos em perícias e exames e reiterou o pedido para que os investigadores possam aceder aos metadados das telecomunicações.

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Hoje, assinala-se o Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais.

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