Detidos por crimes sexuais em 2025 já são mais do que em todo o ano passado
Foram identificados desde o início do ano 269 suspeitos, resultando em 251 detenções.
Nos primeiros 10 meses de 2025, foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) 269 suspeitos de crimes sexuais, mais do que em todo o ano de 2024, quando foram detidos 251, revelou hoje o diretor da instituição.
Em causa estão especialmente os crimes de coação sexual, violação, abuso sexual de menores, abuso sexual de menores dependentes, atos sexuais com adolescentes e pornografia infantil, precisou Luís Neves, na abertura da conferência "Crimes sexuais: construir a mudança", que hoje decorre na sede da PJ, em Lisboa.
Numa intervenção em que por diversas vezes sublinhou a importância da cooperação entre as diversas forças policiais e outras entidades, como hospitais, no combate à criminalidade sexual, o diretor da PJ destacou ainda o aumento do número de ativações, neste âmbito, dos serviços de prevenção da Diretoria do Norte e em Lisboa da instituição que lidera.
Segundo Luís Neves, enquanto em todo o ano de 2024 foram registadas na Diretoria do Norte 89 ativações e em Lisboa 608, em 2025 foram já atingidas, respetivamente, 86 e 594 situações.
"Destaco estes números, que são absolutamente impressionantes e que representam uma efetiva capacidade de prevenção e repressão criminal, essencialmente graças às instituições aqui presentes", afirmou.
À margem da conferência, o diretor nacional apelou às vítimas que, "por muito que custe", participem os crimes, assegurando que a PJ tem atualmente condições de poder ouvi-las "de uma forma muito harmoniosa, muito sensível".
"Muitas vezes, temos apenas uma oportunidade, com a recolha de prova científica, com um depoimento muito firme, de podermos interromper a atividade criminosa de um predador, de um delinquente, muitas vezes por tendências, muitas vezes reincidentes", frisou.
Ao nível da recolha e análise de prova, Luís Neves apontou, na abertura do evento, para o primeiro semestre de 2026 o fim de atrasos em perícias e exames e reiterou o pedido para que os investigadores possam aceder aos metadados das telecomunicações.
Hoje, assinala-se o Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais.
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