Vinte anos por matar à catanada

Juiz diz que André, de 28 anos, tanto pode dar um beijo na testa como um tiro na cabeça.

05 de junho de 2014 às 06:00
catanada, sentença, tribunal Foto: David Cabral Santos
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Acabou com uma vida e estragou muitas outras. Destruiu esta família. Matou a sua mãe, matou a avó do seu sobrinho, matou a mulher do seu pai. Matou de uma forma violenta, gratuita e atroz." Foi desta forma que o juiz Rui Alexandre se dirigiu ontem à tarde a André Matos antes de o condenar a 20 anos de cadeia pelo homicídio da mãe, Maria do céu Matos, em março do ano passado, em Casal das Campainhas, na Lourinhã.

Apesar de a arma do crime - uma catana com 50 centímetros de lâmina - nunca ter sido encontrada e de André, de 28 anos, nunca ter assumido o homicídio, os juízes não tiveram dúvidas em considerá-lo culpado.

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"Como homem fraco, não viu alternativa quando foi rejeitado, quando a sua mãe deixou de lhe dar dinheiro, lhe virou as costas. Tem uma personalidade que tanto pode dar um beijo na testa como um tiro na cabeça", acrescentou Rui Alexandre. André abanou a cabeça negativamente enquanto ouvia a sentença, mas nunca mostrou emoção. Vai continuar preso, apesar do recurso que a defesa vai apresentar.

O juiz Rui Alexandre lamentou, perante a sala cheia, que este tenha sido o último grande julgamento no Tribunal da Lourinhã, devido às alterações do mapa judiciário.

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