Vítima do triplo homicídio em barbearia de Lisboa não estava grávida. IML confundiu feto com dispositivo intrauterino
Julgamento do caso retomou esta quinta-feira, no Campus de Justiça, em Lisboa.
Fernanda Júlia, a mulher morta a tiro num triplo homicídio numa barbearia em Lisboa, não estava grávida, ao contrário do que tinha sido avançado anteriormente. O equívoco foi do Instituto de Medicina Legal, que fez confusão com um dispositivo intrauterino.
O julgamento do caso retomou esta quinta-feira, no Campus de Justiça, em Lisboa. Durante a manhã foi ouvida uma testemunha - o jovem que estava a receber um corte de cabelo no momento do crime - e a mãe de Fernanda Júlia, enquanto assistente do processo.
A primeira testemunha disse que aquela foi a primeira vez que foi àquele cabeleireiro. O jovem confirmou que o arguido estava chateado quando entrou no estabelecimento, ordenando que lhe cortassem o cabelo. A testemunha descreveu ainda, em tribunal, que "depois de disparar, o arguido ficou suficientemente tranquilo para começar a andar" e saiu normalmente. O jovem diz não ter visto a arma, apenas ouviu os disparos, que foram todos seguidos, e viu as vítimas caídas no chão.
A mãe de Fernanda Júlia, Marta Brandão, falou essencialmente dos netos e dos efeitos que perder a mãe (e o pai, no caso da filha mais nova de Fernanda) causaram às crianças. Marta explicou que o neto mais velho, de 13 anos, tornou-se uma criança mais nervosa e que a neta tem pesadelos com a situação da morte dos pais.
O pai do filho de Fernanda foi também ouvido nesta segunda sessão do julgamento. O pai do menino disse que o filho tem piores notas desde a morte da mãe e disse que o menino descobriu tudo pela televisão. O homem contou também, emocionado, que numa noite o filho sonhou que a mãe o tinha vindo buscar.
Durante a tarde, foram ouvidas mais testemunhas, todas familiares das vítimas. Ao todo, ao longo do dia foram ouvidas 12 pessoas, das quais 10 são testemunha e duas são assistentes no processo.
O advogado do arguido disse querer ouvir mais uma testemunha, que seria o chefe do Departamento de homicídios da Polícia Judiciária, mas a juíza negou o pedido.
O arguido manteve-se em silêncio durante toda sessão.
As alegações finais do processo ficaram agendadas para 19 de dezembro às 9h30.
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