Militar faz strips para ajudar filha

Pedro Almeida, 32 anos, o militar da GNR que realizou quatro espetáculos de striptease em bares e discotecas no Dia da Mulher, em março, garante que se despiu por estar a atravessar um período de elevada carência económica.

Ao Comando do Porto, o cabo assumiu que tinha feito os shows eróticos porque estava a divorciar-se – e necessitava de dinheiro para ajudar a sustentar a filha, de 14 anos.

Erotismo invade Lisboa

Terá ganhado 800 euros no total – 200 por cada espetáculo, conforme o CM avançou na altura. A justificação, que consta no processo que o CM consultou, foi dada na altura em que lhe foi instaurado o processo disciplinar e que culminou em 85 dias de suspensão do trabalho no posto da GNR dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia. O militar alegou ainda que a infração que cometeu, num dia em que estava de folga, não passou de um "ato irrefletido".

Apesar de sempre ter negado que utilizou a arma de serviço (uma Glock modelo 19), durante os espetáculos eróticos, a PJ Militar fez constar no relatório final que a pistola do strip erótico tem "as características morfológicas semelhantes à arma de serviço do militar". Uma vez que Pedro Almeida não pode usar a arma sem ser em serviço e sem autorização superior, o Departamento de Investigação e Ação Penal acusou-o de comércio de material de guerra.

"O arguido sabia que não estava em cumprimento da missão da GNR pelo que não deveria ter em sua posse a arma (...) para fim diferente daquele que se encontra autorizado", lê-se no processo. Nos quatro espetáculos eróticos, no restaurante Alcazar, em Viana do Castelo; Quinta do Marachão, em Esposende; Discoteca Smile, em Esmoriz; e Love Club, em Cesar, Oliveira de Azeméis, Pedro Almeida atuou sempre uniformizado – com as algemas, o coldre, o cinturão, a farda da GNR e o bastão.