Homicida já sabia que ex-companheira estava morta

Moisés Fonseca foi ouvido durante sete horas ontem no Tribunal de Sintra. Começou a ser julgado pelo homicídio da ex-companheira Carla Santos, na noite de 2 de março deste ano em Monte Abraão, concelho de Sintra.

"Eu era a vítima da relação", começou por dizer ao coletivo de juízes. "No dia 21 de junho de 2010 apanhei um telefonema da Carla com uma amiga que me dava a entender que estava a ser traído. Ela sempre negou". Moisés Fonseca foi sempre muito preciso sobre as datas dos factos.

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As desconfianças levaram-no a instalar um programa no computador da ex-companheira que lhe permitia controlar e vigiar todos os passos da jornalista, de 41 anos.

Moisés Fonseca só chorou quando recordou o momento da facada que deu no abdómen de Carla Santos. "Ela pegou na faca e pediu para eu ir embora [Moisés tentava reatar a relação], mas eu peguei na faca e espetei- -a. Ela caiu no chão, fiz respiração boca a boca e depois pensei que era indigno ela ficar estendida no chão. Pensei levá-la para a cama, mas estava tudo muito confuso e coloquei-a na banheira", continuou.

Moisés Fonseca não soube esclarecer ao tribunal porque ligou a água quente até o corpo ficar submerso. "Numa primeira fase a água sumiu-se e eu voltei a abrir a água, só fechei quando vi que já estava a entrar na boca", especificou. E concluiu: "Quando saí de casa tinha a noção que ela estava morta, eu sei que a minha advogada não quer que eu diga isto, mas é verdade".

Moisés Fonseca foi detido 48 horas após o crime e resistiu sempre à confissão. Quando foi detido pela PJ acabou por confessar. A estudar Direito, está preso no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Diz que quer ver o filho que tem seis anos.