A edição de hoje
Carla Santos disse à família que suspeitava do ex-companheiro. Morreu 15 dias depois.
Carla Santos suspeitou de que o ex-companheiro estava implicado no desaparecimento do irmão e alertou os pais. Quinze dias depois do desabafo foi assassinada à facada precisamente pelo ex-companheiro. A revelação foi feita pelo pai da vítima, ontem, na continuação do julgamento. Moisés Fonseca, tradutor de 43 anos, está acusado de um crime de homicídio qualificado pela morte de Carla Santos, de 41 anos, em março em Monte Abraão, Sintra.
"Quinze dias antes de morrer, a minha filha disse-me que o Moisés podia ter alguma coisa a ver com o desaparecimento do Marcelo. Acabou por morrer antes de dizer o que sabia", lamentou Carlos Santos Lage, pai de Carla, que não conseguiu controlar as lágrimas. Moisés também está a ser investigado pela morte de Marcelo Santos.
"Eu fui a segunda pessoa a entrar na casa da minha filha. Foi a empregada que me ligou a dizer que tinha acontecido uma desgraça. Havia sangue por todo o lado, no hall, na sala, na cozinha. Depois vi que a minha filha estava submersa na banheira. Fiquei em pânico", recordou Carlos Santos Lage.
Também Amélia Santos, a mãe da vítima, foi ouvida. O casal fez um pedido ao tribunal para que Moisés saísse da sala de audiências enquanto prestavam declarações: "Uma vez, ele [Moisés] entrou em minha casa, eu tinha lá o menino, e começou a dizer que ia matar toda a gente. Tinha discutido com a minha filha. Ele era muito ciumento e possessivo." A mãe de Carla ficou com a guarda do filho do casal, de cinco anos.
"Demorou meses para sair de casa [quando o casal de separou]. O menino viveu em pânico. Ouviu muitas vezes o pai a dizer que ia matar a mãe. Foi uma psicóloga do INEM que lhe deu a notícia. Começámos por dizer que tinha ido para o céu", lamentou Amélia Santos.
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