A edição de hoje
Esperou ex-companheira à porta do trabalho e matou-a à facada.
"Um crime excecionalmente grave." Assim considerou o Tribunal de Leiria, que ontem condenou a 21 anos de prisão o homem, de 54 anos, que em setembro de 2015 esfaqueou até à morte a excompanheira, de 52. O crime ocorreu no Bombarral, à porta do lar onde a mulher trabalhava. José Augusto Silva foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 165 mil euros à família da vítima, que deixou uma filha menor, de 12 anos.
José Augusto Silva não se conformou com o final da relação com Maria João Cordeiro. Esperou-a à saída do trabalho e, depois de a esfaquear, colocou o corpo na bagageira do carro, tendo obrigado uma colega de trabalho da vítima a ajudá-lo. Por isso, foi também condenado por um crime de coação.
Com a vítima no porta-bagagens, José Augusto Silva conduziu até à esquadra da PSP de Caldas da Rainha, onde se entregou. Durante o julgamento, afirmou perante o coletivo que o julgou não se recordar de ter cometido o crime. Este facto levou o tribunal a pedir um relatório psiquiátrico, que o caracteriza como responsável pelos seus atos.
Na última sessão antes da leitura do acórdão, José Augusto Silva disse estar arrependido e pediu desculpa à família da vítima. Disse estar a "cumprir duas penas": uma por estar preso e outra por "ter perdido a mulher que amava".
A advogada de defesa, Patrícia César, explicou que vai analisar a decisão do tribunal e depois decidir se recorrerá.
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