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Comandante trava registos da tragédia de Pedrógão Grande

Relatório de Comissão Independente aponta falhas em toda a estrutura da Proteção Civil.

13 de outubro de 2017 às 08:24
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Comandante trava registos da tragédia de Pedrógão Grande

O atual comandante da Proteção Civil deu ordem para parar o registo de informações na fita de tempo no Sistema de Apoio à Decisão Operacional (SADO) quando o número de mortos do fogo de Pedrógão começou a ser conhecido.

"Por este motivo, as informações registadas podem ter impedido que se conheça completamente o que se passou", conclui a Comissão Técnica Independente, que ontem entregou o relatório sobre a tragédia que vitimou 64 pessoas.

"É excecional que tenha havido uma decisão do 2º Comandante Operacional Nacional Albino Tavares [atual número 1 da ANPC, após a demissão de Rui Esteves] às 04h56 de 18 de junho, ordenando que os operadores de comunicações não deveriam registar mais informações acerca dos alertas que ali recebiam", lê-se no relatório.

Albino Tavares justifica a decisão com o excesso de informação recebida.

"Não houve perceção da gravidade do fogo" 

Os peritos consideram que houve falhas de avaliação no início do fogo. "A partir do momento em que foi comunicado o alerta de incêndio, não houve a perceção da gravidade potencial do fogo, não se mobilizaram totalmente os meios que estavam disponíveis", lê-se no documento.

Opções táticas e estratégicas arrasadas 

A comissão técnica também arrasa a forma como se processou o comando e a coordenação. "Às consequências catastróficas do incêndio não são alheias às opções táticas e estratégicas que foram tomadas", conclui o relatório entregue ontem na Assembleia da República.

População não foi sensibilizada para o perigo do incêndio 

Foi João Guerreiro,  presidente da CTI, que entregou o relatório na Assembleia da República. O ex-reitor da Universidade do Algarve, referiu que deveria ter existido um "sistema de sensibilização e informação". "Se houvesse um sistema de sensibilização e informação, se o comando, na altura apropriada, entre as 15h00 e 16h00, pudesse ter tido uma atuação para sensibilizar a população e dar instruções de evacuação ou pelo menos de não saírem de casa, provavelmente os dramas que aconteceram não teriam acontecido".

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