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Início de demolições surpreende ilhéus

Sociedade Polis demoliu quatro construções, num dos núcleos da Culatra.

01 de março de 2018 às 08:35

Os moradores do núcleo habitacional dos Hangares, na ilha da Culatra, na ria Formosa, foram esta quarta-feira de manhã surpreendidos com a chegada das máquinas da Sociedade Polis, que deram início à demolição de casas. Hoje os trabalhos devem continuar no núcleo do Farol.

"Não fomos notificados, não sabíamos de nada", lamentou ao CM José Lezinho, presidente da Associação de Moradores dos Hangares. No entanto, reconheceu, "não há nada a fazer, as casas vão mesmo ser demolidas". Neste núcleo estava prevista a demolição de 10 construções, mas providências cautelares apresentadas pelos proprietários reduziram o número a quatro.

As restantes ficam à espera da decisão do tribunal. No Farol, para onde hoje vão avançar as máquinas, inicialmente estavam 12 casas assinaladas, mas também devido a ações judiciais interpostas pelos proprietários, serão também apenas quatro as edificações a demolir para já.

Num dia de intensa chuva e vento, os trabalhos acabaram por decorrer sem problemas ou contestação por parte dos ilhéus. Mas diversos elementos da Polícia Marítima estiveram presentes na ilha, enquanto decorreram as demolições. "Estivemos a acompanhar a operação para garantir a segurança dos trabalhadores e também da população, e felizmente tudo correu bem", referiu o comandante Pedro Palma, da Autoridade Marítima.

Recorde-se que o Governo já anunciou que quer concluir todas as demolições nas ilhas Barreira da ria Formosa até ao início deste verão.

PORMENORES 

Tomada de posse

Na terça-feira a Polis tinha tomado posse de quatro casas - três nos Hangares e uma no Farol. São essas que agora estão a ser demolidas, com outras quatro que já tinham sido alvo de tomada de posse.

Amianto

Muitas das construções têm placas de fibrocimento, que contêm amianto - um material considerado cancerígeno - o que obriga os técnicos da Polis a tomarem precauções de segurança.

Casas ilegais

O Ministério do Ambiente diz que as casas agora alvo de demolição estão em Domínio Público Marítimo e são ilegais, não sendo de primeira e única habitação nem de pescadores ou viveiristas.

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