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Vive em ‘ilha’ com ratos e espera casa há 4 anos

Dorme, cozinha e faz a higiene pessoal num quarto sem condições de habitabilidade.

21 de abril de 2018 às 09:19

"A única coisa que quero é um cantinho para viver", diz Olívia Carvalho, de 58 anos, que desde 2014 reside num quarto inserido numa ‘ilha’ de Ermesinde, Valongo. É neste espaço exíguo que dorme, cozinha e faz a higiene lado a lado com ratos e sardaniscas, enquanto a água escorre pelas paredes negras. Há quatro anos que espera por habitação social. A Câmara de Valongo diz que não tem casas disponíveis.

Olívia vive em sofrimento. À nascença, a meningite paralisou-lhe o lado esquerdo do corpo para toda a vida. Sofre de asma e bronquite. Tem direito a um subsídio mensal por invalidez de 263 euros e paga 125 de renda pela ‘cave’ onde vive.

A despesa em medicamentos é grande e, muitas vezes, não tem sequer o que cozinhar no fogão de campismo que lhe foi oferecido pelo amigo Jaime Azevedo, a quem carinhosamente trata por "irmão gémeo". Tem família, mas só conta com a ajuda de Jaime e da vizinha da frente.

Ao longo dos anos, o quarto foi-se degradando. Em janeiro, Olívia caiu quando tomava banho e sofreu cortes profundos devido ao mau estado do chuveiro. "Estava tudo bem quando vim para cá, mas com o tempo tudo piorou", conta. Em 2014, quando a assistência social da Câmara de Valongo lhe arranjou o espaço onde vive, Olívia fez o pedido de habitação social. Hoje, continua a viver em condições indignas.

Ao CM, a autarquia reconhece que "a situação é grave", mas "ainda não foi possível dar resposta, pois existem famílias em piores condições". Atualmente, 432 famílias esperam por casa. Garante que Olívia recebe "apoio alimentar e apoio pontual para medicação".

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