Homicídio ocorreu em outubro de 2020. Arguido diz que pretendia apenas atingir os vidros do carro da vítima.
Homem que matou ex-mulher a tiro em Gaia diz que o objetivo era assustá-la
Um homem acusado de matar a ex-companheira a tiro em Grijó, Vila Nova de Gaia, confessou esta quarta-feira ao tribunal a autoria dos disparos, mas alegou que o seu objetivo não era o homicídio, mas apenas assustar a vítima.
O homem, de 62 anos, que está preso preventivamente à ordem do processo, começou esta quarta-feira a ser julgado sob a acusação de ter barrado a marcha do automóvel guiado pela ex-companheira e de a ter matado com dois tiros de caçadeira, tentando o suicídio em seguida, segundo uma acusação do Ministério Público (MP) consultada pela agência Lusa.
Perante um coletivo de juízes de Vila Nova de Gaia, o arguido confessou que disparou um ou dois tiros de uma caçadeira que trazia na mala do seu carro, porque dias antes tinha ido à caça.
Pretenderia apenas atingir os vidros do carro e não a vítima, como acabou por acontecer. Queria apenas assustá-la, garantiu.
A acusação, deduzida por um departamento do MP especializado em violência doméstica, refere que o homicídio culminou uma sucessão de agressões à mulher e à filha menor de ambos, bem como ameaças e chantagens, mas esta acusação foi rejeitada pelo arguido em audiência.
O homicídio foi consumado ao final da manhã de 27 de outubro de 2020 numa rua da freguesia de Grijó, na zona sul do concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, e tudo começou quando o arguido, guiando um veículo de média gama, perseguiu a ex-mulher, que conduzia um automóvel utilitário.
"Tentou, por várias vezes, atravessar o seu veículo na frente da viatura tripulada por esta ofendida, com manifesto propósito que a mesma se despistasse ou se imobilizasse", descreve o despacho de acusação.
Mais adiante, bloqueou a estrada, obrigando a vítima a parar, atingindo-a no ombro esquerdo com um primeiro disparo de arma caçadeira.
"Não satisfeito", relata a acusação, fez um segundo disparo, que lhe provocou lesões em várias partes do corpo e que "determinaram a respetiva morte violenta no local".
Num terceiro disparo, tentou o suicídio.
O casal, ele de 62 anos e ela 20 anos mais nova, manteve uma união de facto entre 2006 até meados de outubro de 2020 e os atos de violência doméstica ocorreram a partir de 2008.
O processo assegura que o arguido nunca exibiu a arma à vítima, mas chegou a declarar-lhe que pegaria numa caçadeira para a matar.
Quando a mulher estava grávida da filha comum (que nasceu a 02 de fevereiro de 2008), fez-lhe saber que mantinha uma relação amorosa com a sua ex-esposa (de quem se encontrava divorciado) e, por várias vezes, agrediu a vítima a murro e a pontapé, chegando mesmo a cortá-la com um vidro, acrescenta o despacho.
A certa altura, passou a agredir também a filha menor do casal, dirigindo-lhe, de acordo com o MP, esta ameaça: "Corto-te o pescoço. Vou para a cadeia, mas vou para a cadeia feliz".
Está mesmo na cadeia, preso preventivamente à ordem do processo, e julgado sob a acusação de ter praticado um crime de crime de homicídio qualificado e dois crimes agravados de violência doméstica contra a ex-mulher a filha menor de ambos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.