Ex-namorado tentou matá-la em 2015, mas ela sobreviveu. disseram que nunca voltaria a andar, mas já consegue.
Marta, a menina-milagre que vive com duas balas na cabeça
Após ter sido baleada pelo ex-namorado, que lhe deu dois tiros na cabeça e lhe matou a prima por ciúmes em abril de 2015, Marta Nogueira prometeu não desistir. Jurou a si própria que ia superar-se e que um dia voltaria a ter uma vida. O Correio da Manhã e a CMTV conheceram esta menina-milagre há cinco anos… nessa altura mal andava. Na Maia, dava então os primeiros passos na fisioterapia, sonhava um dia caminhar sem muletas. Sonhava voltar a ser autónoma, mas o sonho não parecia mais do que uma utopia nessa altura.
Mas Marta é uma lutadora. Ninguém diria que na altura da tragédia – que ocorreu numa pastelaria do Pinhão, Alijó – os médicos disseram sobre o seu caso clínico: "Está em coma profundo, ventilada mecanicamente e exibindo dois ferimentos de bala, um dos quais tinha atravessado completamente o crânio, com hemorragia e inundação ventricular e uma outra bala que se tinha alojado no espaço paravertebral ao nível cervical, embora aparentemente sem compromisso medular. É uma situação muito complicada (...)"
História dura
Marta tinha 21 anos e morava com os pais em São João da Pesqueira. Terminara o namoro com Manuel Monteiro 10 anos mais velho, numa terça-feira de abril de 2015. Na quarta-feira seguinte, o homem, construtor de muros e condenado a 25 anos de prisão, tentou acabar-lhe com a vida. Esteve em coma profundo durante meses e quando acordou anteciparam-lhe uma incapacidade de 90%. Chegaram a dizer-lhe que nunca voltaria a andar, mas Marta não aceita um não como resposta. Vive com duas balas alojadas na cabeça desde então e prepara-se agora para mais duas operações, ela que já fez tantas (mais de 30!) nos últimos sete anos.
A 8 de maio de 2022 houve mais uma iniciativa de apoio à jovem Marta. Foi um dia em cheio, marcado pela boa disposição. Todos queriam tirar fotografias com Marta. Registar o momento com a jovem que desafiou a morte… que nunca desistiu da vida. Na festa, em que se pedalou pela Marta no ginásio onde a lutadora treina diariamente para se superar, os participantes entregaram um donativo que vai reverter para as ajudas de que precisa para melhorar.
À iniciativa juntou-se também um grupo de ‘motards’ da Póvoa de Varzim que também quis conhecer a Marta e ver com os próprios olhos os progressos que tem feito. Entre as 9h e as 3h da tarde multiplicaram-se os grupos que queriam pedalar pela Marta e que nunca desistiram, nem com o sol intenso que se fazia sentir. Vieram famílias inteiras, todos unidos pelo mesmo objetivo: ajudar a Marta e aprender com ela como é possível chegar sempre mais além.
Malvadez e crueldade, disse a juíza
Na leitura do acórdão que condenou Manuel Monteiro a 25 anos de prisão, a juíza-presidente referiu-se ao ex-namorado de Marta como "uma pessoa insensível, egocêntrica e malformada". Foi acusado de balear Marta Nogueira e matar a tiro a prima desta, Joana, na pastelaria onde ambas trabalhavam, no Pinhão, Alijó. "Agiu com malvadez, isto é de uma crueldade pura. O senhor baleou a Marta e ainda teve coragem de ligar à mãe dela a atribuir-lhe [à mãe] as culpas", disse a juíza Paula Monteiro, que puniu o arguido por dois crimes de homicídio qualificado, um na forma tentada, e um de detenção de arma proibida. O Tribunal decidiu ainda o pagamento de 500 mil euros às famílias das duas jovens, mas esse dinheiro nunca lhes chegou.
Texto publicado originalmente em maio de 2022
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