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IGAS conclui que morte de homem em Mogadouro pode estar relacionada com greve do INEM

No total, a IGAS já concluiu 12 inquéritos relacionados com as mortes registadas durante a greve dos técnicos do INEM às horas extraordinárias.

25 de setembro de 2025 às 18:26

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu que a morte de um homem em Mogadouro, Bragança, durante a greve do INEM, poderá estar relacionada com o atraso no atendimento pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

"O atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa no desfecho final da vítima, após ter ocorrido uma situação de engasgamento", refere a IGAS em comunicado sobre as conclusões do inquérito à morte de um homem de 84 anos a 02 de novembro de 2024, quando decorria uma greve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

A IGAS encontrou também "indício disciplinar na atuação de um médico regulador do CODU do Porto", explicando que este não agiu "de forma diligente e zelosa aquando do acionamento dos meios diferenciados de emergência médica, nomeadamente a Viatura Médica de Emergência e Reanimação" para o transporte entre as urgências de Mogadouro e o Hospital de Bragança.

As conclusões do inquérito agora divulgadas tiveram como base uma perícia médica realizada na área de pneumologia e foram enviadas para o conselho diretivo do INEM, para a Unidade de Saúde do Nordeste, para o Ministério Público - que abriu um inquérito relacionado com esta morte -, para a Ordem dos Médicos e para a ministra da Saúde.

No total, a IGAS já concluiu os 12 inquéritos relacionados com as mortes registadas durante a greve dos técnicos do INEM às horas extraordinárias, que arrancou em 30 de outubro e foi suspensa a 7 de novembro, tendo coincidido com a paralisação da função pública a 04 de novembro de 2024.

Das 12 investigações, a IGAS concluiu que três das mortes durante a greve foram associadas ao atraso no socorro.

A IGAS adianta que o eventual processo disciplinar ao médico cabe ao INEM, uma vez que o "profissional de saúde em causa detém um contrato individual de trabalho por tempo indeterminado".

Além dos relatórios relativos às 12 mortes, a IGAS fez também um relatório relativo aos impactos das greves na capacidade de resposta dos CODU, tendo concluído que mais de metade das chamadas para o INEM foi abandonada, com apenas 2.510 das 7.326 chamadas atendidas.

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