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Arma branca que pertenceria a Odair Moniz foi apreendida e consta do processo

Agente da PSP, chamado a interrogatório no DIAP esta quarta-feira, não prestou declarações.

11 de dezembro de 2024 às 12:44
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Advogado do PSP que baleou Odair Moniz revela que havia 'uma arma branca' no local

A arma branca que alegadamente pertencia a Odair Moniz, que em outubro foi baleado mortalmente por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura (Amadora), foi apreendida pelas autoridades e consta do processo, disse esta quarta-feira fonte judicial.

O CM sabe que, o agente da PSP que baleou mortalmente Odair Moniz, na Cova da Moura, concelho da Amadora, chamado a interrogatório no DIAP esta quarta-feira, não prestou declarações, mas, à saída, o advogado do arguido, Ricardo Serrano Vieira, revelou que havia uma arma branca no local.

A fonte judicial indicou à agência Lusa que do processo consta a arma branca que na altura estava na posse de Odair Moniz. 

Questionado sobre a possibilidade de alteração da qualificação jurídica do crime de homicídio simples, a defesa afirmou que "no decorrer do processo há sempre a hipótese de a imputação de homicídio poder passar a negligente, doloso".

"Isso depois compete ao Ministério Público, quando acabar a investigação".

Ricardo Vieira explicou ainda que, neste momento, estão a ser ouvidas testemunhas e estão a ser feitos relatórios periciais.

O agente da PSP permanece de baixa médica.

Além do processo judicial, estão a decorrer na IGAI e na PSP processos de âmbito disciplinares. 

O inquérito na IGAI foi ordenado pela ministrada da Administração Interna, Margarida Blasco, que determinou que fosse feito "com caráter de urgente". 

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. 

De acordo com a versão oficial da PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca". 

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias. 

Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. 

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