Ex-inspetor aponta falhas à investigação da polícia alemã e defende Polícia Judiciária.
1 / 2
O ex-inspetor da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, afirmou este sábado durante uma entrevista à CMTV que "nada foi provado" até ao momento no caso do desaparecimento de Maddie da Praia da Luz, em maio de 2007, e acredita que "Portugal está em condições de resolver o caso Maddie".
Gonçalo Amaral relembrou que uma investigação cinge-se a factos e, a partir dos mesmos, são avançadas ou não conclusões. Segundo o ex-PJ, no relatório intercalar de setembro de 2007 sobre o caso do desaparecimento da criança inglesa foi dada a hipótese de ter ocorrido uma ocultação de cadáver. No entanto, Gonçalo Amaral relembra que não houve nenhuma acusação, numa alusão às mais recentes investigações da polícia alemã e inglesa.
Numa altura em que a polícia alemã tem novas pistas sobre o caso, Gonçalo Amaral referiu que, até ao momento, "nada foi provado".
Investigação alemã e reconstituição da imagem do suspeito alemão
Numa análise ao já divulgado retrato do suspeito alemão Christian Brueckner, o ex-inspetor não tem dúvidas: "não pode ser". Gonçalo Amaral explicou que está em causa o facto do alemão ter o cabelo curto na altura do desaparecimento de Maddie e os testemunhos darem conta de cabelo comprido. "Querem que as pessoas sejam reconhecidas? Então sejamos sérios", apontou o inspetor, que critica a divulgação de uma fotografia atual do suspeito ao invés da imagem.
Amaral mostra-se convicto de que o procurador alemão não leu o processo referente ao caso da menina britânica. "Quando o procurador alemão diz que o homem entrou pela janela, esqueça, não leu o processo", garantiu.
O ex-PJ frisou que os polícias alemães "não são incompetentes, são rigorosos", mas questiona se o novo suspeito alemão uma forma das autoridades resolverem o caso de forma "competente".
Quanto às autoridades inglesas, Amaral acredita que também estas "andam à procura de pedófilos que encaixem na teoria do rapto, sem provar que existiu um rapto".
Os cães pisteiros, trazidos pelas autoridades britânicas, detetaram sangue na casa, mas tais pistas acabaram por ser desvalorizadas. "Quem deu cabo dos resultados foi o laboratório inglês", referiu Gonçalo Amaral, que acusa o técnico laboratorial de tecer opiniões sobre resultados.
O ex-inspetor apelou aos investigadores do caso que leiam o processo do início ao fim sob pena de falharem na investigação. "Há coisas que faltam no processo", relembrou, apelando à continuação da investigação.
Amaral voltou a sublinhar que, atualmente, Christian Brueckner "é um suspeito quase perfeito, só falta estar morto".
Histórico clínico de Maddie podia ser essencial para investigação
Gonçalo Amaral recordou que histórico clínico de Madeleine McCann não foi disponibilizado às autoridades, um documento que poderia ser essencial para a investigação.
Gonçalo Amaral acredita que acesso ao historial clínico de Maddie poderia ajudar no caso
O documento citado poderia, segundo o ex-PJ, ajudar a perceber se a criança poderia ter problemas cardíacos devido aos efeitos do medicamento que lhe era administrado.
"Pais deveriam ter sido dados como suspeitos": Gonçalo Amaral sobre caso Maddie
"É tudo uma aldrabice", conclui Gonçalo Amaral ao recordar os relatos da família e dos amigos sobre os supostos esquemas de vigilância às crianças durante o jantar no restaurante do Ocean Club.
Casal McCann e amigos deveriam fazer reconstituição do desaparecimento de Maddie, defende Gonçalo Amaral
"Provas foram contaminadas": Gonçalo Amaral diz que pais de Maddie contaminaram o local
Segundo o ex-inspetor, as autoridades portuguesas não tiveram, por exemplo, ao acesso às fotografias do jantar do dia do desaparecimento.
Importância dos telemóveis e testemunhas na investigação
Sobre o caso dos telemóveis e dos números de telemóvel associados durante a investigação à data do desaparecimento, Gonçalo Amaral tem dúvidas sobre a origem dos, associados recentemente ao suspeito alemão Christian Brueckner: "Alguém tem a certeza que esse telefone é desse senhor?", questionou, frisando que "pequenos pormenores como este fazem prova".
O ex-PJ acredita que se a polícia alemã soubesse que o número de telefone pertencia a Brueckner, "não precisava de andar à procura".
Entre as testemunhas no processo encontram-se vários amigos do casal McCann que se encontravam de férias na Praia da Luz na altura do desaparecimento.
"Já basta de mentiras", afirmou Amaral, numa alusão ao testemunho da amiga, Jane Tanner, que diz ter visto um homem com uma criança ao colo na noite do desaparecimento da criança. O inspetor referiu que Tanner mentiu no seu testemunho sobre hora, local e sentido em que avistou o homem e que deveria, no presente, prestar um "testemunho ajuramentado". "A solução pode estar nela", alertou o ex-inspetor.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.