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Barbie perigosa à solta

Os ambientalistas da Greenpeace alertaram para as quantidades de produtos químicos perigosos usados no fabrico de brinquedos. Numa análise a 12 artigos para crianças, a boneca Barbie Fashion Fever (febre da moda, em inglês), à venda em vários países, incluindo Portugal, revelou altos níveis de uma substância que pode afectar o fígado e rins.

03 de maio de 2005 às 00:00

O estudo encomendado pela secção italiana da Greenpeace a um laboratório holandês teve em conta 12 produtos de consumo corrente com que as crianças têm contacto habitual. “Dois dos brinquedos continham concentrações extremamente elevadas do ftalato DINP (diisononil), nomeadamente a Barbie Fashion Fever, com 150 gramas por quilo, e o boneco Spiderman Flip ‘n Zip, com 80 g/kg”, informou a Green-peace Itália. Um outro ftalato, o DIDP (diisodecil) foi detectado em porções de 11,455 g/Kg na boneca Barbie em causa.

VENDIDA EM PORTUGAL

A boneca Barbie Fashion Fever, do fabricante Mattel, está à venda em Portugal, conforme confirmou o CM ontem, junto do comerciante de brinquedos Toys R Us. O boneco do Homem-Aranha, por seu turno, pode ser facilmente adquirido através da internet, no ‘site’ oficial da Marvel.

Contactada pelo CM, a Mattel Portugal disse estarem ausentes os responsáveis que poderiam prestar declarações sobre a matéria. A Toys R Us, que tinha a boneca ontem disponível na sua loja do Centro Comercial Colombo (Lisboa), é administrada directamente a partir de Espanha e não irá tomar qualquer medida preventiva enquanto ordens expressas não vierem do país vizinho.

“Os resultados mais surpreendentes das análises são que os produtos feitos especialmente para as crianças são os que apresentam os níveis mais elevados de alguns dos compostos perigosos incluídos nestes testes, como ftalatos, alquifenóis, almíscares de síntese e outros”, sublinha a Greenpeace no comunicado de ontem.

FTALATOS EM CAUSA

Detectados em quantidades excessivas na Barbie Fashion Fever, o DIDP e o DINP são substâncias consideradas “fonte de preocupação, sobretudo no que se refere aos seus efeitos sobre o fígado e rins”, sublinha a Greenpeace.

ALMÍSCARES DE BANHO

O estudo também incluiu alguns produtos de higiene para bebés, nos quais foram detectados altos índices

de almíscares de síntese, usados como fragrâncias em perfumes, mas suspeitos de interferir no sistema hormonal.

QUÍMICOS EM DEBATE

A divulgação do estudo aparece num momento

em que a Comissão Europeia e os estados-membros

da União Europeia discutem uma nova proposta de legislação relativa à produção, uso e comercialização

de compostos químicos.

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