Barricado queria matar mais três

Pedro Costa, de 71 anos, já tinha ameaçado várias vezes. "Ele passava os dias a dizer ‘eu mato-os aos três’ [um vizinho e dois primos]. E a única vítima mortal acabou por ser o meu irmão", disse ontem ao CM António Manuel Costa, irmão de Sérgio Luís, assassinado a tiro pelo primo, terça-feira à tarde, na aldeia de Matas, Lourinhã.

Pedro Costa, que depois do homicídio esteve mais de seis horas barricado em casa, acabou por se suicidar a tiro quando a GNR tomou a residência de assalto. Mas o seu primeiro alvo era um vizinho que "há sete anos levou a GNR lá a casa, depois de o Pedro disparar dois tiros contra a casa da vizinha do lado. Acabou internado no Hospital Júlio de Matos", diz António Costa.

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"Desde então que o culpava por isso." Segundo conta ao CM uma sobrinha do homicida, Pedro Costa foi nessa altura internado com um "diagnóstico de depressão e de esquizofrenia".

Os outros dois alvos da ira de Pedro Costa eram os seus primos Sérgio Luís e Manuel Joaquim Costa – com quem se "chateou por causa de uns riscos num carro". O primeiro, que vivia na casa ao lado do homicida, foi assassinado na terça-feira com dois tiros no peito. O outro primo, que estava na terra natal devido a um funeral, regressou já ontem ao Canadá, on- de está emigrado.

A discussão, recorde-se, começou a meio da tarde de terça-feira, quando Pedro Costa chamou o primo Sérgio Luís para uma discussão na rua.

Quando a vítima saiu de casa, foi abatida a tiro. O homicida barricou-se depois em casa durante mais de seis horas, e a GNR rapidamente mobilizou o Grupo de Intervenção de Operações Especiais, com negociadores, mas sem sucesso. Pedro Costa nunca respondeu aos apelos. Suicidou-se a tiro quando os militares invadiram a casa.