A edição de hoje
Os familiares da criança que faleceu segunda-feira no Hospital Distrital de Chaves, vítima de meningite, estão revoltados, alegando falta de atendimento. A bebé, de oito meses, sucumbiu no colo do pai, depois de mais de meia hora de espera no banco de Urgência.
O pai, Francisco Costa, recordou ao CM o drama de ter visto a filha morrer sem apoio rápido num hospital para onde confluem os utentes urgentes dos centros de saúde do Alto Tâmega.
"Quando chegámos ao Hospital de Chaves eram cerca de 7h30. Fomos atendidos por uma senhora, que nos fez a ficha de atendimento e nos mandou aguardar. Para nosso desespero, os minutos passavam e os médicos nunca mais chegavam, apenas ali estavam o porteiro, dois maqueiros e a administrativa, que olhavam para nós aterrorizados, mas impotentes".
"Às 8h05, quando as senhoras do atendimento mudaram de turno, dirigi-me à que estava a entrar de serviço, mostrando-lhe a gravidade da situação e dizendo temer que a menina me morresse nos braços", conta Francisco. "E quando fomos atendidos pelo médico que tinha entrado de serviço às 8 horas já a minha filha estava morta e ele limitou-se a verificar o óbito”, remata, emocionado.
O director do Hospital de Chaves, Francisco Taveira, não esteve ontem disponível durante todo o dia para comentar este caso ao CM.
A bebé, Jéssica, de oito meses, primeira filha do jovem casal de Padrela, Valpaços, foi ontem a enterrar na sua aldeia, perante muita dor e revolta dos pais.
DUAS MORTES
De acordo com a Direcção-Geral de Saúde, a partir do seu sistema de vigilância, desde o início do ano e até 13 de Fevereiro, já foram notificados por doença meningocócica 28 casos, tendo--se registado dois óbitos.
OUTROS VALORES
Recorde-se que, em 2002, foram notificados 88 casos, tendo-se registado sete mortes. Dos últimos quatro anos, destaca-se o de 2000, em que se registaram 10 mortes, apesar de só terem sido notificados menos casos: um total de 81.
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