Ex-namorada fala de situação "eticamente reprovável".
"Se fizesse ideia da relação pecuniária entre Carlos Santos Silva e José Sócrates teria feito perguntas por considerar a situação, no mínimo, eticamente reprovável." É assim que a jornalista Fernanda Câncio, ex-namorada de José Sócrates comenta os avultados empréstimos em dinheiro que o ex-primeiro ministro admite ter recebido do empresário Carlos Santos Silva.
Num longo artigo que faz capa da edição desta quarta-feira da revista ‘Visão’, Câncio defende a sua inocência no caso em que José Sócrates e Santos Silva sãos suspeitos de corrupção e branqueamento de capitais (entre outros crimes). Argumenta que nunca teve conhecimento de qualquer transação financeira suspeita. E explica que sempre teve ideia que Sócrates era rico. "Além de crer que José Sócrates tinha acesso a dinheiro de família, e de este me ter dito que auferia um alto salário como consultor, ele era proprietário de um apartamento que valia perto de um milhão de euros".
Sócrates dizia ganhar 25 mil euros por mês
A jornalista justifica não ter estranhado que Sócrates e Santos Silva pagassem a meias as férias que fizeram a quatro numa luxuosa casa de na ilha espanhola de Formentera, pelo nível de rendimentos que este dizia ter. "Quem aufere uma avença de 25 mil euros/mês (que JS me disse receber) pode decerto pagar a meias um aluguer como o da casa em Formentera, e cujo valor eu conhecia. Não me passou pela cabeça outro raciocínio", escreve na Visão.
Fernanda Câncio garante que a prisão de Sócrates foi para ela "um enorme choque". E sobre o apartamento de Paris, defende que "foi pela revista Sábado que soube ser Carlos Santos Silva o proprietário de um apartamento que JS usara". Garante que nunca viu o imóvel, assim como nega a intenção de comprar uma casa de 2,2 milhões de euros em Lisboa ou uma propriedade em Tavira em conjunto com Sócrates, apesar de admitir o interesse deste. Sobre as escutas de conversas suas que aparecem no processo e em que são referidas estas propriedades, Fernanda Câncio diz que as conversas foram retiradas de contexto. Explica que tem uma amiga agente imobiliária a quem Sócrates manifestou interesse na casa de Tavira e diz que a referida casa de Lisboa fica em frente ao seu apartamento e que apenas ligou a perguntar o preço "por curiosidade", sem nunca ter chegado a visitá-la.
A jornalista também justifica a mensagem que enviou por SMS a Sócrates, em que dizia "Não há assim tantos ex pm com massa e casa em Paris". Sobre a casa, Câncio diz que estava convencida de que o imóvel "tinha sido arrendado a proprietários franceses". Já quanto à fortuna do político, acreditou que esta vinha da família. "Conheço pessoalmente JS desde 1998 e conheci a partir de 2000 a família alargada, verificando que todos vivem com desafogo. Além disso, pelo menos desde que JS ascendeu a Secretário-Geral do PS, em 2004, saíram regularmente notícias em que se falava da fortuna da família, se dizia que a mãe é rica, que o avô era rico, que os tios são ricos, que o próprio possuía um apartamento ‘de luxo’, que fazia férias ‘de luxo’, que se vestia em boas lojas. Enfim, que tem massa".
A jornalista diz entender que possam haver dúvidas de que alguém que tenha vivido com Sócrates não se tenha apercebido dos negócios deste com o amigo Santos Silva. "Aquilo que tem sido publicado e que o próprio JS (assim como Carlos Santos Silva) já assumiu, faz difícil perceber que alguém tido como próximo não tivesse pelo menos estranhado o que se revelou ser a disponibilidade financeira deste graças ao ‘dinheiro vivo’ proveniente de CSS". Mas Fernanda Câncio justifica-se: "Não só nunca me foi mostrada essa circulação como de dinheiro como durante os períodos em que convivi com JS nunca o vi efetuar compras de valores incompatíveis com aquilo que eu acreditava ser a sua capacidade económica.
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