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Bava e Granadeiro atrasam investigação da Operação Marquês

Há quatro pedidos de cartas rogatórias do Ministério Público que estão por responder.

26 de fevereiro de 2017 às 01:38

Há quatro cartas rogatórias enviadas pelo Ministério Público no âmbito da Operação Marquês que ainda não têm resposta. A procuradora-geral da República tem dado indicações para que a acusação seja concluída a 17 de março, mas há dados relativos às suspeitas de pagamentos de luvas nos negócios da PT – que envolvem, além do ex-primeiro-ministro José Sócrates, o antigo administrador da CGD Armando Vara e os ex-gestores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro – que a investigação considera cruciais para demonstração da prova.

Duas das cartas rogatórias foram enviadas para a Suíça, com pedidos de informação bancária e documental sobre os mais de 40 milhões de euros – mais de 20 milhões cada – que Bava e Granadeiro terão recebido através do saco azul do GES, a Espírito Santo Enterprise.

Tal como o CM avançou, os dois gestores foram confrontados com as verbas durante a inquirição do Ministério Público e terão justificado alguns dos valores. Mas os elementos pedidos à Suíça são essenciais para demonstrar que os pagamentos estarão relacionados com alguns dos negócios mais relevantes da operadora: o chumbo da OPA da Sonae à PT, o ‘spin off’ da PT Multimedia e a venda da Vivo à Telefónica com a posterior compra da Oi.

O CM sabe que a segunda carta rogatória enviada para a Suíça está relacionada com um pedido de documentação sobre estes negócios e que foi remetida muito recentemente. Bava e Granadeiro foram inquiridos e constituídos arguidos na passada sexta-feira.

Outro dos pedidos remetidos teve como destino Londres e está relacionado com as verbas transferidas para contas de Armando Vara, que, à época do chumbo da OPA da Sonae à PT, era administrador da CGD. O banco era acionista da operadora e a recusa do negócio terá merecido a influência do Governo. A investigação acredita que José Sócrates e os restantes acionistas de referência da PT – como era o BES, de Ricardo Salgado – terão usado a CGD como força de bloqueio.

O último pedido de informação das autoridades judiciais foi encaminhado para Angola, mas é pouco crível que venha a ser dada resposta por aquele país. A investigação acredita que as cartas rogatórias enviadas para a Suíça terão resposta no espaço de um mês a mês e meio.

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