Até julho de 2019, foram contratadas 75 mulheres, que tinham entre os 19 e os 55 anos. Por cada ato sexual eram cobrados entre 30 a 100 euros.
O esquema começou a ser colocado em prática em meados de 2015. Um comerciante e um cozinheiro decidiram alugar uma discoteca em Rio Mau, Vila do Conde, que transformaram num espaço dedicado à prática de prostituição. Até julho de 2019, foram contratadas 75 mulheres, que tinham entre os 19 e os 55 anos. Por cada ato sexual eram cobrados entre 30 a 100 euros, sendo que ficavam registados no cartão de consumo, mas como se fossem bebidas. 'Cocktail', 'espumante' e 'champanhe' eram alguns dos códigos usados para as práticas sexuais. Só pelas mãos do comerciante, de 51 anos - tido como o cabecilha do esquema - passaram quase 600 mil euros, que serão fruto do crime.
Na acusação é já pedido que este valor seja declarado perdido a favor do Estado. No total, foram acusados quatro homens, duas mulheres e uma empresa, que serão julgados em outubro no Tribunal de Matosinhos. Estão em causa crimes de lenocínio agravado, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão de obra ilegal e branqueamento de capitais.
A acusação explica que os arguidos escolhiam mulheres sobretudo da América do Sul, sendo que muitas delas vinham ilegalmente para Portugal. Aproveitam-se assim da carência económica e ainda da falta de apoio familiar. Os suspeitos tratavam de arrendar pensões e outros espaços para que as mulheres ficassem alojadas e tratavam também do transporte para o bar de alterne. Neste estabelecimento, o comerciante e o cozinheiro começaram por construir doze espaços privados, que não reuniam quaisquer condições. Colocaram sofás e camas para que aí as mulheres praticassem os atos sexuais. No mesmo patamar existia ainda uma casa de banho, onde foram colocados vários toalhetes, preservativos e gel lubrificante.
O esquema - no qual a dupla tinha a ajuda dos outros quatro cúmplices - passava depois por simular a venda de bebidas. No clube noturno, os clientes escolhiam uma mulher e o ato sexual que queriam praticar. O mesmo ficava registado no cartão de consumo como se fosse uma bebida ou uma garrafa. Os arguidos ficavam depois com pelo menos metade do valor que era cobrado aos clientes.
Os suspeitos encontram-se em liberdade.
Preservativos e lubrificante ficam para o Estado
Nas buscas realizadas em 2019 ao clube noturno , foram apreendidos 425 preservativos masculinos, 187 embalagens de gel lubrificante, dois vibradores e outros objetos que seriam usados durante os atos sexuais. Todo o material foi apreendido e o procurador pede já na acusação que seja declarado como perdido a favor do Estado.
Mulheres surpreendidas em atos sexuais
Pelo menos seis mulheres foram surpreendidas em pleno ato sexual durante a realização das buscas. Estavam nos espaços privados, que foram criados no clube noturno para a prática da prostituição. Também estas mulheres estavam na posse de preservativos, de gel lubrificante e ainda de toalhitas.
Cabecilha tinha meio milhão em casa
O comerciante apontado como cabecilha da rede tinha na sua casa, localizada em Braga, mais de 570 mil euros. Numa caixa junto à janela foram encontrados 525 mil euros. Já num cofre, escondido debaixo da cama, estavam 30 mil euros e na mesa de cabeceira mais 18 mil.
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