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CSI da Judiciária procura assaltantes

Vestígios recolhidos nas portas arrombadas dos paióis estão a ser alvo de análise.

09 de julho de 2017 às 01:30

Numa corrida contra o tempo para encontrar os 57 quilos de explosivo plástico, os 44 lança-rockets e as 120 granadas, armamento roubado dos Paióis Nacionais de Tancos, a Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ e a Polícia Judiciária Militar fazem-se agora valer do Laboratório de Polícia Científica para analisar os vestígios recolhidos nas portas arrombadas dos paióis.

Enquanto a investigação prossegue, o Exército vai reagindo às decisões políticas e militares. Ontem, foram conhecidas mais duas baixas: a do tenente-general Faria Menezes, atual comandante operacional das Forças Terrestres, e a do comandante do Pessoal do Exército, José Antunes Calçada. Não concordam com a forma como o general Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército, determinou a exoneração de cinco coronéis responsáveis pelas rondas nos paióis de Tancos, sob o pretexto de não interferirem com a investigação em curso.

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Duas demissões nas chefias militares do Exército

É quase certo que o grupo que invadiu os paióis para roubar o material contou com ajuda militar e por isso todos os vigias estão a ser investigados. O grupo é numeroso, tendo em conta que é oriundo de quatro unidades que trocam de mês a mês as rondas. São elas o Regimento de Infantaria 15, Paraquedistas, Engenharia 1 e a Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida. Também os militares da Unidade de Apoio Geral de Material do Exército são responsáveis pelas instalações.

De acordo com o jornal ‘Sol’, em abril, uma denúncia com nomes de civis que trabalhavam em Tancos e que estariam envolvidos num esquema de tráfico internacional de armas foi entregue ao Ministério Público, mas o juiz Ivo Rosa não autorizou escutas aos suspeitos. Foi agora aberto um novo inquérito.

Ministro garante desconhecer risco nos paióis  

Azeredo Lopes desconhecia quaisquer riscos resultantes da falta de segurança nos Paióis Nacionais de Tancos. Ouvido na comissão parlamentar de Defesa, o ministro garantiu que não dispunha nem dispõe de qualquer relatório ou indicação que pudesse levar àquilo que aconteceu a 28 de junho.

Rovisco Duarte sem certezas sobre rondas 

A audição do chefe do Estado-Maior do Exército com os deputados na comissão de Defesa demonstrou que Rovisco Duarte não tem a certeza sobre o exato número de horas entre as rondas dos militares feitas no dia do assalto à Base de Tancos.

Num texto distribuído aos deputados apontavam-se 9 horas e meia. Rovisco Duarte, porém, disse que poderiam ter passado "até 20 horas" entre a última ronda antes do assalto, na terça-feira, 27 de junho, e a primeira de quarta-feira, dia 28, que deu o alerta.

João Rebelo, do CDS, questionou a discrepância de versões e Rovisco Duarte atirou: "Tem razão, eu, que sou de Artilharia, gosto de contas certas", admitindo existirem várias versões: 9,5 horas, 12 e até 20. Costa Neves (PSD) lembrou também que já existiam processos em julgamento, por desvio de armas, ligados a Tancos.

PORMENORES 

Alcino Costa

O deputado do PSD Carlos Costa Neves invocou na comissão de Defesa o processo do sargento-chefe Alcino Costa, acusado de desviar armas, que pertence ao Regimento de Paraquedistas de Tancos. O objetivo era frisar que já existiam sinais de problemas de segurança naquela base militar.

Rebelião no Exército

As duas demissões nas chefias militares, ontem conhecidas, estão a ser interpretadas entre militares como um sinal de que o chefe do Estado-Maior do Exército terá dificuldades em manter-se no cargo.

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