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“Disseram que eu era um herói”

"Quando regressei ao autocarro, todas as pessoas começaram a bater palmas e a dizer que eu era um herói". Não era para menos, pois Paulo Durão, de 42 anos, motorista de autocarros nos Transportes Sul do Tejo, tinha salvo, momentos antes, um homem de se atirar do tabuleiro da ponte 25 de Abril, em Lisboa. Mas recusa o elogio. "Não sou nenhum herói".

06 de outubro de 2010 às 00:30

Paulo Durão, que já foi bombeiro e socorrista na Cruz Vermelha, não hesitou quando, anteontem, pelas 10h45, viu um homem parar o carro e sair a cambalear em direcção aos limites da ponte. "Percebi logo que se ia atirar. Fiz uma travagem mais brusca com o autocarro e saí para impedi-lo", começou por relatar ao CM.

"Ele já estava com uma perna de fora mas abracei-o logo para que não saltasse e consegui retirá-lo".

Nos dez minutos que a polícia demorou a chegar ao local, Paulo Durão esteve à conversa com o suicida, sentados no tabuleiro. "Ele tremia e chorava muito e disse-me que se estava a divorciar. Eu disse-lhe que não era motivo para o fazer, que ninguém se deve matar apenas por causa de um divórcio".

Paulo Durão diz que estes episódios fazem parte da sua vida. "Salvar pessoas está-me no sangue e esta não foi a última vez". O motorista diz mesmo que gostava de se encontrar com o homem que salvou para que pudessem conversar "como amigos".

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