A Polícia Judiciária (PJ) tem um corpo de Segurança com 138 homens a trabalhar na sombra para proteger todos os edifícios da PJ, dar apoio à Investigação Criminal e aos seus inspectores, sendo pontualmente destacados para garantir a segurança de grandes figuras da Justiça.
Não têm um crachá como os inspectores, mas andam armados com uma 9 mm e têm ordem para a usar em qualquer situação de perigo.
As procuradoras Maria José Morgado, que tem em mãos alguns dos processos mais mediáticos como o ‘Apito Dourado’, Helena Fazenda, que tem a seu cargo a investigação da violência na noite do Porto, e Cândida Almeida, responsável pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do MP, onde estão concentrados casos de alta criminalidade, são exemplos do tipo de figuras que estes homens protegem.
No seu trabalho está também incluído o transporte e a protecção de arguidos ou suspeitos. Bruno Pidá, o principal suspeito da morte de Aurélio Palha, empresário da noite, à porta da discoteca Chic, no Porto, e de um vigilante, Ilídio Correia, no caso que ficou conhecido como ‘Noite Branca’, beneficiou da protecção desta força.
Porém, os Seguranças da PJ não têm apenas a função de proteger pessoas. Têm o dever de prevenir qualquer ataque às instalações da Judiciária espalhadas por todo o País e são também elementos desta unidade que acompanham os inspectores ao estrangeiro para ir buscar algum detido, como fizeram no caso da extradição do suspeito da morte do empresário do Intermarché.
Além disso, asseguram o perímetro de segurança em casos de busca. Participaram em todas as buscas efectuadas no âmbito do processo do BPN e fizeram o transporte do material de investigação do processo ‘Apito Dourado’.
Foram também estes Seguranças que transportaram os vestígios biológicos no caso de Madeleine – a menina inglesa que desapareceu em Maio de 2007 no Algarve – para o Instituto de Medicina Legal.
Numa avaliação para saber qual destas missões é a mais perigosa, Nuno Moreira, o presidente da Associação Sindical dos Seguranças da PJ (ASS-PJ), explica: 'A Polícia Judiciária não lida exactamente com carteiristas, mas com crime organizado. O transporte de droga para queimar – chegamos a levar toneladas – e dos detidos, seja para tribunal, seja em extradição do estrangeiro para cá, são as missões que envolvem um risco mais elevado.'
HISTÓRIA
A Unidade de Segurança da PJ foi criada no seguimento da necessidade de proteger as instalações da PJ e dos responsáveis máximos desta polícia quando apareceu a ameaça terrorista das FP 25. Foi na década de 80 que o responsável da Judiciária, Marques Vidal, teve de ser evacuado de sua casa por elementos dos Seguranças porque havia uma ameaça de atentado.
UM MÊS DE TREINO INTENSIVO
Para chegarem à Escola de Polícia Judiciária, os candidatos a Seguranças da PJ têm de fazer testes de Cultura Geral, psicotécnicos e uma entrevista. Depois aprendem técnicas de atendimento, uma vez que eles são a primeira pessoa com quem se tem contacto quando se entra num edifício da Judiciária, de transporte e de guarda de detidos, defesa pessoal, técnicas de algemagem, armamento e tiro, primeiros socorros e combate de incêndios. Depois de um mês de formação, são colocados nos vários departamentos e dão início a um ano de estágio.
TRANSPORTE DE DETIDOS EM AVIÃO
Os Seguranças da PJ fazem transporte de detidos do estrangeiro para Portugal juntamente com um inspector da PJ que está colocado na Interpol. Este transporte obedece a regras internacionais. A companhia aérea tem de ser avisada de que num determinado voo vai ser transportado um detido. Os lugares que ocupam obedecem a rigorosas normas, sempre tendo em conta a máxima segurança, tanto do detido a ser transportado, como dos restantes passageiros.
ENTREVISTA
'TEMOS 138 ELEMENTOS QUANDO DEVÍAMOS TER 210'
Correio da Manhã – Com 138 elementos conseguem assegurar todos os serviços para os quais são solicitados?
Nuno Moreira – A Direcção Nacional ia abrir um concurso em 2004, mas cancelou. A necessidade de mais elementos nota-se nos períodos de férias. Não chegamos para todos os serviços e os edifícios da PJ têm de estar sempre protegidos. Em missões da investigação criminal, nem sempre podemos ceder os elementos necessários.
– A formação dada pela PJ é suficiente?
– Não. Os formadores da Escola da PJ são excepcionais, mas toda a informação é dada de forma compactada. A PJ dá módulos de formação de dois ou três dias, mas apenas durante a semana. Com a falta de pessoal, os Seguranças não podem ser dispensados das suas funções.
– Então, como fazem para colmatar essa insuficiência?
– A Associação Sindical tem criado os seus próprios módulos. Mas tem funcionado graças à ajuda dos formadores da Escola da PJ. Estes módulos são a pagar pelos próprios elementos de Segurança. Não tencionamos substituir a polícia na formação. A ASS-PJ tenta, em colaboração com os formadores da Escola, complementar a formação que é dada para ter melhores profissionais.
– Qual o objectivo do curso que começa hoje?
– Vai de 21 a 30 de Agosto e tem como objectivo aprofundar as técnicas de Segurança e Protecção.
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